Um estudo realizado pelo Cedes em 2021, a pedido do deputado Helio Lopes (PL-RJ), analisou os efeitos da IA na educação e no trabalho. O professor da Universidade de Columbia, Paulo Blikstein, destacou a importância de investir em tecnologia educacional adaptada à realidade brasileira para garantir que os novos empregos gerados pela IA sejam absorvidos no país.
Blikstein ressaltou que, na educação básica, a tecnologia não substituirá os professores, mas sim complementará o processo de aprendizagem. Ele também enfatizou a necessidade de oferecer aulas diversificadas, como artes e práticas científicas, para manter os alunos engajados.
Outro aspecto abordado durante o debate foi a importância da criatividade no mercado de trabalho. O professor Fabiano Hartmann mencionou que habilidades criativas serão cada vez mais valorizadas, pois são mais difíceis de serem replicadas por sistemas de IA. Ele também destacou a importância de reunir equipes multidisciplinares para aproveitar o potencial da IA.
Segundo o consultor da Unesco, Luiz Antonio Caruso, tanto as atividades manuais quanto as cognitivas serão impactadas pela IA. No entanto, o estudo do Cedes apontou que haverá espaço para atividades criativas e técnicas relacionadas à transformação e análise de dados.
A Câmara dos Deputados pretende analisar um projeto aprovado no Senado (PL 2338/23) que regulamenta o uso da inteligência artificial no Brasil. Esse projeto visa estabelecer diretrizes para a utilização ética e responsável da IA em diversos setores da sociedade.
Em suma, o debate promovido pelo Cedes evidenciou a necessidade de preparação e adaptação dos trabalhadores brasileiros para as transformações provocadas pela inteligência artificial no mercado de trabalho. A implementação de políticas e estratégias adequadas será fundamental para garantir que o país esteja preparado para essa nova realidade.