Hugo Motta Destaca Prioridades da Câmara e Críticas a Eduardo Bolsonaro
Na última segunda-feira, Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, enfatizou a necessidade de priorizar medidas para proteger a economia brasileira em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos locais. Durante uma entrevista, Motta destacou a prontidão da Câmara para agir imediatamente, com o intuito de minimizar os danos aos exportadores afetados pelas novas tarifas. “Estamos aqui de prontidão para agir imediatamente, para garantir que esses danos possam ser dirimidos”, declarou o parlamentar.
Motta também salientou a importância do diálogo diplomático como ferramenta essencial para resolver esse impasse. Ele mencionou que alguns produtos, como laranjas e aeronaves da Embraer, foram retirados da lista de tarifas, mas ainda há muitos outros produtos, como café, manga e carne, que continuam afetados. Em relação a isso, o presidente da Câmara manifestou esperança de que as conversas adicionais possam levar a uma resolução mais favorável para os exportadores brasileiros.
Além disso, Motta anunciou que pretende levar à reunião de líderes do Congresso, marcada para esta terça-feira, propostas focadas na proteção de crianças e adolescentes nas plataformas digitais. O parlamentar fez referência a uma postagem do influenciador digital Felca, que criticou a chamada ‘adultização’ das crianças nas redes sociais. Essa iniciativa reflete uma preocupação crescente em torno da segurança e bem-estar dos jovens na era digital.
O presidente da Câmara também listou outras prioridades para o segundo semestre, incluindo uma proposta de emenda constitucional (PEC) voltada à reestruturação da segurança pública, um novo Plano Nacional de Educação (PNE) e a regulamentação da inteligência artificial. Questões em torno da taxação de bancos e das novas tecnologias também foram mencionadas como temas relevantes para discussão.
Durante a entrevista, Hugo Motta não hesitou em criticar o deputado Eduardo Bolsonaro, que tem se envolvido em negociações com o governo norte-americano sobre as tarifas que afetam os exportadores. Segundo Motta, a postura de Eduardo Bolsonaro poderia ser vista como uma defesa de seus próprios interesses, mas sem considerar as consequências danosas para a economia do país. “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país, trabalhando para que medidas tragam danos à economia do País”, afirmou.
Por fim, Motta comentou sobre a atual divisão na Câmara em relação à votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, ressaltando a gravidade das ações planejadas durante aqueles eventos. Ele se mostrou cético acerca da possibilidade de uma anistia ampla e irrestrita, considerando as implicações sérias de atos que envolveram planejamento de violência. “Eu não sei se há ambiente para anistiar quem agiu desta forma”, concluiu.
Com um semestre legislativo à vista complexo, Hugo Motta delineia um cenário em que a Câmara deve navegar por questões delicadas e de grande relevância para a sociedade brasileira.