O assunto foi discutido durante uma audiência na Comissão Mista de Orçamento. Nos últimos anos, a Embrapa tem dependido de emendas parlamentares para conseguir fechar as contas, como afirmou a presidente da empresa, Silvia Massruhá. Para o ano de 2023, pouco mais de R$ 30 milhões foram garantidos por 64 deputados e senadores.
Silvia Massruhá ressaltou que a Embrapa é uma referência em ciência tropical no mundo e recebe diversos convites de cooperação técnica que não podem ser desenvolvidos por falta de recursos. A empresa conta com 43 centros de pesquisa distribuídos pelo Brasil, como a Embrapa Soja, localizada em Londrina (PR), a Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, no Distrito Federal.
A presidente da Embrapa destacou que, nos últimos 50 anos, a área plantada no país aumentou 140%, mas a produção cresceu 580%. Esse avanço é atribuído em grande parte aos esforços da Embrapa, que mostrou ser possível produzir no Cerrado, por exemplo.
Embora tenha sido anunciado um investimento de R$ 1 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2026, Silvia Massruhá explicou que esse montante será utilizado exclusivamente em melhorias de infraestrutura.
A falta de investimentos e custeio para a pesquisa, segundo Silvia, terá reflexos negativos na agropecuária brasileira a médio e longo prazo. Ela ressaltou que a pesquisa demanda tempo e que a falta dela impacta diretamente a produção agrícola do país, a qual contribui significativamente para a balança comercial brasileira.
Diante dessa situação, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que solicitou a audiência, afirmou que irá defender a proibição do contingenciamento dos recursos da Embrapa e propôs a criação de um programa para que os parlamentares possam visitar os centros de pesquisa da empresa.
Além disso, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário, Marcus Vinicius Vidal, informou que está sendo organizada uma Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Embrapa.
Com isso, é evidente a necessidade de investimentos e recursos para que a Embrapa possa dar continuidade às suas pesquisas e inovações, garantindo assim o crescimento e a competitividade do setor agropecuário no Brasil.
