CAMARA DOS DEPUTADOS – Gilvan da Federal é ouvido por quebra de decoro; imunidade parlamentar é defendida em meio a acusações de ofensas a políticos durante reunião.

Na tarde da última terça-feira, 14 de outubro, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados se reuniu para ouvir o deputado Gilvan da Federal, membro do PL do Espírito Santo. O parlamentar está sob investigação por supostas ofensas dirigidas à deputada licenciada Gleisi Hoffman, que atualmente ocupa o cargo de ministra de Relações Institucionais, e ao deputado Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro. As acusações estão ligadas a incidentes ocorridos durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública.

A representação contra Gilvan, identificada como Representação 1/25, foi formalmente apresentada pela Mesa Diretora da Câmara. Este órgão, que supervisiona as atividades legislativas, tem a atribuição de instaurar processos disciplinares que envolvem denúncias de comportamentos incompatíveis com o decoro parlamentar. A construção do processo agora compete ao Conselho de Ética, que analisará a conduta do deputado e poderá recomendar punições que variam desde simples censuras até a cassação do mandato.

Durante a sessão, Gilvan argumentou que suas declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar. Ele se referiu ao artigo 53 da Constituição, que garante a inviolabilidade de opiniões, palavras e votos de deputados e senadores. O deputado defendeu que a imunidade existe para que os parlamentares possam se expressar livremente, mesmo em temas controversos. “Se eu não puder falar coisas duras, não precisa de imunidade”, enfatizou ele.

Em um episódio anterior, em maio, Gilvan da Federal já havia enfrentado suspensão de seu mandato por um período de três meses, mas retornou ao trabalho na Câmara após o cumprimento dessa pena. Agora, o desfecho deste novo processo no Conselho de Ética é incerto, pois as possíveis punições podem ter um impacto significativo em sua carreira política, incluindo a possibilidade de perda do cargo.

Esses eventos destacam a importância da ética no exercício da função parlamentar e a necessidade de manter a dignidade nas interações políticas, especialmente em tempos de divisões partidárias intensificadas. O caso de Gilvan da Federal continua a atrair atenção, não apenas por suas implicações pessoais, mas também pelo reflexo que pode ter sobre o ambiente político atual.

Sair da versão mobile