CAMARA DOS DEPUTADOS – Ex-líder da PMDF se cala na Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro, recusando-se a responder aos questionamentos. Veja o vídeo.



Um habeas corpus concedido pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao ex-comandante da PMDF Fábio Augusto Vieira garantiu a ele o direito de ficar em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a invasão de prédios públicos em 8 de janeiro.

Fábio Augusto Vieira, que era o comandante das tropas nesse dia, alegou que não responderia às perguntas dos deputados e senadores por não ter tido acesso aos documentos que fazem parte do inquérito que apura a omissão da PM do Distrito Federal durante a prática dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes.

Durante o depoimento, o militar falou sobre os 30 anos de carreira na PMDF, destacando que nunca respondeu a processos, teve elogios na ficha profissional e não foi comandante por indicação política. Ele ressaltou que sempre defendeu a ordem pública, impedindo depredações e vandalismo em diversas ocasiões.

Fábio Augusto Vieira se disse consternado pelos atos de 8 de janeiro, classificando os invasores como terroristas e vândalos. Ele explicou que não estava no comando da operação na Esplanada dos Ministérios, afirmando que o comandante-geral não possui o comando tático da operação, dado que não tem todas as informações necessárias. Segundo ele, a operação no dia 8 de janeiro estava a cargo dos comandantes setoriais.

Apesar do apelo feito pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), para que o depoente falasse, Fábio Augusto Vieira decidiu permanecer em silêncio, mas se comprometeu a retornar à comissão em outra oportunidade, após ter acesso à documentação do inquérito, para esclarecer os fatos.

Durante o depoimento, foram confrontadas mensagens de celular trocadas entre o ex-comandante e outros integrantes do alto escalão da PM do Distrito Federal em relação a opiniões sobre a vitória do presidente Lula e que fazem referências ao golpe de 1964. No entanto, o militar não respondeu a essas perguntas.

O habeas corpus do STF provocou diferentes interpretações entre os membros da CPMI. Enquanto alguns entendiam que o depoente tinha o direito ao silêncio, outros acreditavam que as garantias não eram diferentes dos depoimentos anteriores.

O presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), considerou a expressão “direito de não dizer a verdade” como uma afirmação objetiva e discordou da decisão do ministro do STF, mas se comprometeu a cumpri-la.

A reunião da CPMI continuará no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado. Mais informações serão divulgadas posteriormente.

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