O relator da comissão, o deputado Alfredo Gaspar, trouxe à tona documentos que indicam que a MKT Connection Group, uma empresa criada por Camargo em 2022, recebeu mais de R$ 31 milhões da Associação Amar Brasil, uma das entidades supostamente envolvidas na fraude. Além disso, a Camargo Alfaiataria, sua outra empresa, teria recebido R$ 1,7 milhão da mesma associação, sem nenhuma justificativa ostensiva para os serviços prestados. Gaspar descreve Camargo Júnior como o “elo principal” de uma organização criminosa, ligando-o a uma teia de indivíduos que operam fraudes financeiras em grande escala, especificamente por meio de associações de fachada.
O deputado enfatizou a gravidade das alegações, lamentando que uma alfaiataria renomada como a de Camargo tenha sido utilizada para movimentar recursos ilícitos. Ele criticou o empresário por ter manchado sua carreira ao se envolver em práticas fraudulentas, desviando suas habilidades em costura para criar “tramas criminosas”.
O nome de Camargo Júnior também surgiu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mapeou as transferências suspeitas que ele recebeu. O empresário, que já tinha vínculos de sócio com outros investigados, como Américo Monte Júnior e Anderson Cordeiro Vasconcelos, reafirmou que sua empresa atuava legalmente e que as denúncias contra ele eram infundadas.
Durante o depoimento, o empresário confirmou a propriedade das empresas citadas, mas ficou sem resposta quando questionado sobre a quantidade de CNPJs associados a ele. O relator, Gaspar, argumentou que esses vínculos são cruciais para a investigação. Para o deputado, Camargo está, assim, entre os responsáveis por um esquema que teria desviado cerca de R$ 700 milhões de aposentados e pensionistas.
As repercussões da CPMI e a espera pela possível convocação do contador associado ao grupo aumentam a pressão sobre Camargo e seus colegas. Gaspar finalizou a reunião exprimentando desconfiança sobre o grau de envolvimento de Camargo, questionando a legitimidade dos serviços que teria prestado. A depender da evolução das investigações, novas medidas podem ser tomadas na busca por justiça e na recuperação dos recursos públicos.
