CAMARA DOS DEPUTADOS – Eduardo Bolsonaro ainda não é líder da Minoria na Câmara; oposição pede anulação da indicação e denúncias por comportamento inadequado se acumulam.

A indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da Minoria na Câmara dos Deputados permanece em um cenário de incerteza. Recentemente, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) decidiu renunciar ao seu cargo, colocando-se em favor da candidatura de Eduardo. Apesar de sua residência atual nos Estados Unidos, a oposição mantém a expectativa de que ele não enfrente a perda do mandato devido a faltas frequentes em plenário.

Durante uma sessão na Câmara, o presidente Hugo Motta foi questionado sobre a situação e enfatizou que não poderia tomar decisões baseadas em meras especulações. Motta ressaltou que a escolha dos líderes é uma prerrogativa das bancadas e não depende diretamente da presidência. Ele reconheceu a peculiaridade do caso e prometeu uma análise cuidadosa do assunto.

Caroline de Toni argumentou que a decisão de apoiar Eduardo se fundamenta na necessidade de união e coragem políticas, especialmente considerando as supostas perseguições que tanto ele quanto seu pai, Jair Messias Bolsonaro, vêm enfrentando. Ela elogiou o trabalho de Eduardo como parlamentar, destacando sua dedicação à defesa das liberdades individuais e ao restabelecimento do equilíbrio entre os Poderes, essencial para a manutenção de uma democracia saudável.

Por outro lado, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), defendeu a indicação de Eduardo Bolsonaro, enfatizando que seu desempenho internacional tem sido exemplar. De acordo com ele, mesmo de longe, Eduardo continua a contribuir para o fortalecimento da posição política do partido.

Em um movimento contrário, deputados dos partidos PT e Psol informaram que buscarão a Procuradoria-Geral da República para anular a indicação de Eduardo. Além disso, planejam entregar um abaixo-assinado com 400 mil assinaturas pedindo a cassação de seu mandato. A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) criticou Eduardo, acusando-o de estar envolvido em ações que prejudicam os interesses do Brasil, como o aumento de tarifas impostas pelo governo norte-americano e a sanção a ministros do Supremo Tribunal Federal.

A tensão política se acirra ainda mais com as reclamações do líder do PT, Lindbergh Farias, sobre a lentidão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar em abrir processos contra Eduardo Bolsonaro, algo que ele considera impróprio e prejudicial ao decoro parlamentar. A situação revela um ambiente político repleto de divergências e contestações, em um momento em que a unidade e a ética parecem mais necessárias do que nunca.

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