Durante o seminário, os participantes criticaram a incompatibilidade do teto de gastos com os direitos sociais e a política de valorização do salário mínimo. Para eles, aplicar um limite para o salário mínimo e para os investimentos em saúde e educação não resultaria em economia a curto prazo. David Deccache, representante do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento, enfatizou a importância de revogar o teto de gastos para manter os direitos sociais, como os pisos constitucionais de saúde e educação, e a valorização do salário mínimo.
Uma das propostas defendidas durante o seminário foi a aprovação do Projeto de Lei Complementar 211/24, que visa revogar o teto de gastos e restabelecer a política de metas do resultado primário. Os deputados Sâmia Bomfim, Fernanda Melchionna e Glauber Braga, autores da proposta, destacaram a necessidade de debater alternativas ao pacote fiscal, especialmente no que diz respeito à revisão do Benefício de Prestação Continuada e dos pisos constitucionais para saúde e educação.
Além das críticas ao teto de gastos, os participantes do seminário também se mostraram preocupados com a recente alta na taxa de juros, que tem impacto direto na dívida pública e nos cortes de gastos necessários. Samuel Pessoa, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, alertou para a possibilidade de a dívida bruta ultrapassar os 100% do PIB até 2030, caso o cenário atual se mantenha.
O Presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, José Luiz Pagnussat, também se posicionou contra a elevação da taxa de juros, argumentando que a medida pode acarretar em altos gastos adicionais para o governo. Com a crescente preocupação em relação às políticas fiscais e econômicas adotadas, os debates durante o seminário destacaram a importância de encontrar soluções para garantir a estabilidade econômica e social do país.