O ponto focal do debate foi a subjetividade do critério utilizado pelas bancas, levantando questões sobre possíveis injustiças no processo. O especialista em políticas públicas sobre raça e educação, Fernando Santos de Jesus, ressaltou a arbitrariedade presente na atribuição de raça a terceiros. Na sua visão, esse método abre margem para fraudes e imprecisões, o que torna necessário uma análise mais criteriosa das políticas de cotas raciais.
O deputado Helio Lopes (PL-RJ) também participou do debate, defendendo o direito fundamental à autoidentificação racial. Para ele, a comissão de heteroidentificação não deve ter o poder de determinar a cor de uma pessoa, pois a identidade racial é uma questão delicada e complexa. Lopes enfatizou a miscigenação presente na sociedade brasileira, que torna cada indivíduo único em sua composição racial.
No encerramento do debate, o deputado Lopes incentivou os participantes a buscarem a justiça caso se sintam prejudicados pelo processo de heteroidentificação. Sua mensagem foi clara: a decisão sobre a identidade racial de uma pessoa deve ser uma escolha individual, livre de interferências externas.
Em resumo, o debate realizado na Comissão de Direitos Humanos trouxe à tona questões importantes sobre as políticas de cotas raciais e a validação da autodeclaração racial, evidenciando a necessidade de revisão e aprimoramento desses processos.