Durante o debate, o coordenador-geral de Concessão e Controle de Financiamento Estudantil do Ministério da Educação, Rafael Rodrigues Tavares, revelou que a renegociação das dívidas dos beneficiários do programa tem sido uma medida importante para lidar com a situação. Até o momento, 304 mil contratos foram renegociados, resultando em um aporte de R$ 590 milhões através do pagamento da entrada das dívidas renegociadas.
Um dos principais pontos levantados na audiência foi a alta inadimplência, que levou a uma alteração no modelo de pagamento das dívidas em 2017. A partir de 2018, foi implementada a modalidade de pagamento vinculado à renda, visando tornar o sistema mais justo e acessível aos estudantes.
No entanto, a audiência também foi marcada por críticas ao Fies. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou que o programa tem propiciado esquemas de desvio de dinheiro público, levando a situações em que instituições inscrevem estudantes no Fies sem oferecer os cursos, deixando milhares de pessoas inadimplentes.
Além disso, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Paulo Malheiros da França Junior, sugeriu uma melhoria na governança do Fies e a realização de uma avaliação de desempenho do programa. Ele questionou se não existem formas mais eficientes e baratas de garantir o acesso ao ensino superior, considerando a inadimplência como uma regra para esse tipo de programa no mundo.
Por fim, vale ressaltar que a audiência não contou com a presença de deputados da bancada governista, e a discussão sobre o Fies e suas possíveis melhorias continuará nos próximos dias, buscando soluções para tornar o programa mais eficiente e acessível aos estudantes.