Este depoimento teve seu contexto tumultuado, uma vez que Jucimar foi conduzido coercitivamente pela Polícia Legislativa, após não comparecer a duas convocatórias anteriores. Ele estava sob suspeitas, especialmente em relação à sua participação na Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que investigou irregularidades nas autorizações de pagamentos de benefícios. Apesar de apresentar atestados médicos para justificar suas faltas, a CPMI decidiu agir, localizando-o em uma operação nas proximidades de Manaus.
Durante sua exposição, Jucimar negou veementemente que tenha obtido sua posição no INSS por meio de indicações políticas e refutou a possibilidade de ter recebido qualquer tipo de propina. Segundo ele, não tinha a autoridade para assinar pagamentos, função que cabia a outros diretores do instituto, e enfatizou seu papel limitado a sugestões técnicas.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, trouxe à tona dados alarmantes sobre os descontos nos benefícios dos aposentados, que evoluíram de R$ 800 milhões em 2022 para R$ 3,5 bilhões em 2024. Para Gaspar, estas alterações revelam a possível existência de um esquema organizado, e ele não hesitou em associar a Conafer a práticas ilícitas que afetaram diretamente milhões de beneficiários do INSS.
Curiosamente, outro depoente que deveria comparecer à mesma reunião, Sandro Temer de Oliveira, não pôde comparecer devido a sua prisão em Aracaju (SE) e uma decisão do Supremo Tribunal Federal que lhe concedeu habeas corpus, gerando insatisfação entre os parlamentares. Eles expressaram a intenção de contestar essa decisão, argumentando que sua ausência poderia causar prejuízos à investigação.
O cenário se mostra cada vez mais complexo à medida que a CPMI continua suas atividades, alimentando um debate necessário em busca de justiça e transparência no sistema previdenciário.









