Cavalcanti compareceu ao depoimento respaldado por um habeas corpus, após ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado pela comissão. Ele optou por não assumir o compromisso legal de falar a verdade, revelando uma postura defensiva diante das graves acusações que lhe são dirigidas.
O empresário é apontado nas investigações da Polícia Federal como sócio do advogado Nelson Wilians, que já prestou depoimento à CPMI. No último dia 12 de setembro, Cavalcanti se tornou alvo da Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes relacionadas ao sistema previdenciário. Durante esta operação, materiais valiosos como obras de arte, garrafas de bebidas avaliadas em R$ 10 milhões, e veículos luxuosos, incluindo uma Ferrari F8 e uma réplica da McLaren MP4/8, foram apreendidos.
Em seu depoimento, Cavalcanti negou ser “laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema”, enfatizando que seu patrimônio é originado de atividades profissionais legítimas. Ele detalhou que seus ganhos nos últimos anos são fruto de um “trabalho árduo” e do crescimento do escritório de advocacia onde trabalha.
O deputado Alfredo Gaspar, relator da CPMI, questionou Cavalcanti sobre contratos de empréstimos entre Wilians e o empresário Maurício Camisotti, que está sob investigação. Cavalcanti confirmou a existência desses contratos, mencionando dificuldades financeiras e a necessidade de renovação dos empréstimos.
O depoimento também trouxe à tona a evolução patrimonial de Cavalcanti, indagado pelo relator acerca do valor de seu patrimônio em 2017, que ele estimou em cerca de R$ 100 mil. Entretanto, preferiu não revelar seus ativos atuais, afirmando que seu crescimento financeiro está atrelado ao sucesso do escritório onde atua.
Durante sua fala, ele também revelou ser sócio de diversas empresas, incluindo a FAC Negócios e Investimentos, que possui um capital estimado em R$ 1 milhão e é dona de 23 veículos de luxo, todos adquiridos de forma legítima e devidamente registrados.
A CPI segue com os trabalhos para investigar a fundo as fraudes que, segundo a Polícia Federal, podem ter gerado um faturamento superior a R$ 1 bilhão desde 2021, com a utilização de descontos não autorizados em contas de beneficiários do INSS. A continuidade das investigações promete trazer novos desdobramentos sobre a complexa rede de envolvidos.