A Cryptostegia madagascariensis é uma trepadeira exótica que tem causado sérios danos à biodiversidade da Caatinga desde sua primeira documentação em 2006. Ela tem o poder de invadir e sufocar extensas áreas da Caatinga, formando massas impenetráveis que prejudicam a flora nativa, especialmente as árvores de carnaúba. Esse problema não apenas ameaça a biodiversidade local, mas também interfere na vida de inúmeras pessoas que dependem diretamente dos recursos naturais da região para sua subsistência.
No estado do Ceará, por exemplo, aproximadamente 96.300 pessoas trabalham na cadeia produtiva da carnaúba, gerando renda para suas famílias e impactando a economia local. A invasão da “unha do diabo” já está prejudicando a extração da palha de carnaúba em diversas áreas, o que pode comprometer toda a cadeia produtiva da região.
Para combater esse problema, diversas instituições de ensino e pesquisa estão envolvidas em uma investigação sobre o biocontrole da espécie invasora, liderada pelas Universidades Federal de Viçosa, Federal do Ceará, Estadual do Ceará, Estadual de Feira de Santana e pelo Centro Internacional de Biociências Agrícolas (CABI), com o apoio da Associação Caatinga.
A busca por soluções eficazes para proteger a biodiversidade da Caatinga e garantir o sustento de milhões de brasileiros é uma missão urgente e que requer a colaboração de todos os setores da sociedade. O debate na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável é apenas o primeiro passo nessa jornada em direção à preservação e sustentabilidade ambiental.
