As 15 propostas elaboradas durante a cúpula abordam questões cruciais para a justiça climática, como o fim da exploração de combustíveis fósseis, a reparação de danos causados a comunidades impactadas por grandes projetos de energia e mineração, e a gestão popular das políticas climáticas nos centros urbanos. Outras propostas incluem a demarcação de territórios indígenas e o incentivo à agroecologia, práticas que buscam integrar desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos das populações tradicionais.
A deputada Duda Salabert, presidente da Subcomissão Especial da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, esteve presente durante os cinco dias de atividades. Em suas declarações, enfatizou a relevância do protagonismo indígena, feminino e comunitário no debate sobre justiça climática. Para ela, a cúpula não apenas destaca a necessidade inadiável de proteger a Amazônia, mas também critica os avanços nas discussões climáticas, que ainda estão aquém do esperado.
Salabert também mencionou a influência do lobby dos combustíveis fósseis nas negociações internacionais, ressaltando que a diplomacia brasileira busca progredir em áreas como financiamento para a adaptação climática e critérios de justiça climática. A Marcha Global pelo Clima, realizada durante a cúpula, reuniu milhares de manifestantes nas ruas de Belém, ecoando um clamor pela mudança e destacando que a paciência das comunidades já se esgotou.
O deputado Nilto Tatto, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, apontou que a conscientização e a mobilização são fundamentais para enfrentar a crise climática, que está intrinsecamente ligada às questões de desigualdade social. Sob essa perspectiva, o deputado Tarcísio Motta sublinhou que as saídas para os desafios climáticos residem nas vozes e ações dos movimentos sociais.
A carta final da cúpula critica o modelo de produção capitalista que propaga a privatização e a mercantilização de bens comuns, ressaltando a necessidade de um novo paradigma que leve em conta os anseios das comunidades mais afetadas. O embaixador André Correa do Lago, presidente da COP30, fez um apelo para que a ciência e os povos sejam ouvidos na formulação de políticas eficazes. A Cúpula dos Povos, portanto, reafirma seu papel como espaço vital na busca por respostas para a crise climática global.









