CAMARA DOS DEPUTADOS – CPMI do INSS Aprova 179 Requerimentos e Intensifica Investigação sobre Fraudes em Aposentadorias e Pensões, Avaliando Movimentações Financeiras Suspeitas.

No dia 18 de setembro de 2025, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciouuma série de medidas para reforçar a investigação sobre os descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões. Durante a reunião, os integrantes da comissão aprovaram um total de 179 requerimentos de informação e convocação, sinalizando um movimento significativo em direção a uma maior transparência e responsabilidade nesse cenário.

Viana destacou que a CPMI ganhou um novo impulso com a mudança de postura de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que passaram a exigir a presença dos convocados. O senador expressou satisfação com a decisão do ministro André Mendonça de obrigar testemunhas a comparecer, classificando-o como um avanço crucial. “Hoje iniciamos uma nova fase, mais firme e direcionada da CPMI”, afirmou Viana.

Contudo, as restrições de comparecimento permanecem em vigor para aqueles que já estão presos, como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, considerados os principais responsáveis pelas fraudes. Os parlamentares manifestaram o desejo de ouvi-los, seja na CPMI ou nas dependências da Polícia Federal, especialmente em face das críticas ao habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, que ainda beneficia Cecília Simões, esposa de Camisotti.

Na mesma reunião, o advogado Nelson Willians Rodrigues, implicado em uma operação de busca e apreensão e com pedido de prisão cautelar, foi ouvido pela CPMI. Embora protegido por habeas corpus, ele fez um breve pronunciamento inicial e, em seguida, negou qualquer envolvimento nas fraudes, descrevendo a situação como um crime hediondo e alegando não conhecer “Careca do INSS”.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou a rapidez e a magnitude da movimentação financeira de Rodrigues, que soma acima de R$ 4 bilhões, mencionando que o silêncio do advogado poderia indicar sua possível transformação de testemunha em investigado. Viana, por sua vez, garantiu que a CPMI não se deixará desencorajar pelas posturas evasivas dos depoentes, assegurando que o relatório final será construído com base nas investigações já em curso.

Olhar para frente, a CPMI planeja organizar uma lista de prioridades com cerca de 80 convocados e não descarta a possibilidade de prorrogar os trabalhos. A comissão também solicitou informações ao STF sobre eventuais políticos envolvidos nas fraudes, refletindo a firme determinação de desvendar os esquemas que têm gerado prejuízos estimados em cerca de R$ 6 bilhões ao INSS entre 2019 e 2024.

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