Segundo o contador, a avaliação da situação financeira da empresa não era de sua responsabilidade. Ele também afirmou não ter informações detalhadas sobre o montante do prejuízo. Santos conseguiu lembrar que o valor do prejuízo acumulado em junho era de R$ 1,6 bilhão. No entanto, ele não pôde fornecer informações sobre o resultado do último trimestre.
Santos frisou aos parlamentares que sua função era apenas lidar com a contabilidade da empresa e que não tinha competência para gerenciar o fluxo de caixa. Ele ressaltou que a inviabilidade do negócio foi identificada em agosto, quando a 123milhas entrou com o pedido de recuperação judicial.
Durante seu depoimento, Santos também alegou sigilo profissional ao ser questionado se houve pedidos de ajuste na contabilidade para mascarar a crise. O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, também perguntou se há recursos em caixa para o pagamento dos clientes lesados com o fim da modalidade promo. No entanto, o contador afirmou não ter condições de responder a essa pergunta, pois ela está no âmbito do negócio.
Já o deputado Alfredo Gaspar questionou se foram observadas anormalidades fiscais na contabilidade da 123milhas. Segundo o contador, as obrigações fiscais estão regulares e eles possuem certidões negativas. Ele também informou que, até onde acompanhou, os pagamentos estavam regulares em relação à folha de pagamentos dos empregados.
Além disso, a comissão ouviu como convidado Alberto Fajerman, representante da GOL Linhas Aéreas. Fajerman afirmou que a companhia não poderia barrar as operações da 123milhas, pois esta não atuava diretamente na compra de milhas da GOL. Ele explicou que a milha é uma “expectativa de benefício futuro” e não uma moeda, como defendem alguns deputados que são favoráveis à regulamentação do mercado de milhas.
A CPI das Pirâmides Financeiras continua com suas investigações para esclarecer as irregularidades cometidas com o uso de criptomoedas e a atuação das empresas no mercado de milhas.
