O relatório que culminou no arquivamento foi redigido pelo deputado Josenildo, do PDT-AP, que defendeu que as falas de Medeiros estavam dentro dos limites do embate político e do debate parlamentar, não configurando assim uma quebra do decoro exigido para os membros do legislativo. O relator argumentou que a situação não justificaria uma sanção, enfatizando que não houve, de fato, um ataque pessoal que pudesse comprometer a dignidade do deputado ofendido ou sua capacidade de exercício do mandato.
Contudo, essa posição não foi unânime. O deputado Chico Alencar, do Psol do Rio de Janeiro, manifestou-se em desacordo com o parecer, apresentando um voto em separado. Alencar defendeu que a condução de Medeiros foi além dos limites do confronto político, caracterizando uma conduta incompatível com os princípios de decoro que devem nortear as interações no Parlamento. Para ele, as falas proferidas contribuíram para um ambiente de desrespeito, e uma advertência formal ao deputado seria apropriada, mesmo que considerada a penalidade mais leve. O Psol, assim, insiste que atitudes que promovem um clima de hostilidade dentro da Casa não podem ser ignoradas.
Este episódio ilustra uma tensão crescente entre os parlamentares, com diferentes interpretações sobre os limites da crítica política e o que constitui quebra de decoro. A decisão de arquivar a representação, embora respaldada pela maioria, ressalta a necessidade de um debate mais aprofundado sobre a conduta esperada dos membros do legislativo e o impacto de suas palavras e ações na dinâmica política nacional.
Com a votação terminada, o Conselho de Ética agora se volta para futuras demandas, que provavelmente continuarão a questionar os limites do respeito e da civilidade nas interações parlamentares. A importância de um ambiente respeitável no legislativo permanece um tema central nas discussões sobre a ética e a moral que devem guiar o comportamento dos representantes do povo.
