CAMARA DOS DEPUTADOS –

Comitê Paralímpico Brasileiro Planeja Manter Brasil entre os Top 5 do Mundo até Jogos de Los Angeles 2028

Na tarde da última terça-feira, 19 de agosto de 2025, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) apresentou na Câmara dos Deputados suas estratégias e investimentos que visam consolidar o Brasil entre os cinco melhores países nas futuras Paralimpíadas de Los Angeles, programadas para 2028. A trajetória brasileira nos Jogos Paralímpicos tem sido notável desde 2008, quando o país entrou para o top 10 na edição de Pequim, alcançando a quinta posição em Paris, em 2024, ao conquistar um total de 89 medalhas, distribuídas em 20 modalidades distintas.

O diretor de alto rendimento do CPB, Jonas Freire, destacou o suporte financeiro crucial que o comitê recebe, particularmente dos patrocínios das loterias da Caixa Econômica Federal e do programa Bolsa Atleta, que totalizaram impressionantes R$ 160 milhões. Freire também observou que o CPB opera com três fundos de apoio essenciais: um voltado para atletas com reais chances de medalhas, outro destinado ao fomento de mulheres, jovens até 23 anos e atletas com deficiências severas, e um terceiro para aquisição de equipamentos e materiais.

O presidente do CPB, José Ferreira Freire, explicou o rigoroso controle e a transparência na gestão dos recursos. Segundo ele, o comitê implementou um conselho administrativo e um conselho de atletas, ambos com voz e voto, assegurando que os orçamentos sejam validados por essas instâncias e pelo comitê de ética. Isso garante que os recursos oriundos das loterias sejam aplicados de maneira eficaz e transparente.

Durante a sessão, a aprovação unânime do Projeto de Lei Complementar 234/24 foi comemorada. Essa legislação torna permanente a Lei de Incentivo ao Esporte, que estava prestes a expirar em 2027. A deputada Laura Carneiro, presidente da Comissão do Esporte, ressaltou a importância de criar alternativas que mantenham as crianças afastadas da internet, defendendo que o esporte, aliado à educação, é um caminho eficaz para combater problemas como a adultização e a sexualização precoce de crianças.

Um dos momentos mais emocionantes da audiência foi quando a nadadora paralímpica Verônica Hipólito, campeã mundial em atletismo, compartilhou sua experiência pessoal com a deficiência e ressaltou a importância do esporte como ferramenta para a inclusão. Ela criticou a subnotificação de pessoas com deficiência no Brasil e enfatizou que a aceitação da diversidade é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa.

Entre as iniciativas do CPB, destacam-se os esforços na área da ciência do esporte, focando não apenas na saúde física, mas também no bem-estar mental dos atletas. O comitê planeja expandir e descentralizar seus centros de referência em São Paulo, com a meta de atingir 100 centros até o fim do ano e 500 até 2036. Além disso, o Festival Paralímpico, que deve ocorrer em setembro, promete envolver cerca de 22 mil crianças e adolescentes, ampliando as oportunidades para novos talentos no esporte paralímpico.

O CPB também apresentou o calendário de competições que antecederão os Jogos de Los Angeles, já avisando que os preparativos para a edição de 2032, em Brisbane, Austrália, estão em andamento. O cenário se desenha promissor para o futuro do esporte paralímpico brasileiro.

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