CAMARA DOS DEPUTADOS – Comissão da Câmara Discute Ações para Combater Crescente Roubo de Cargas que Causa R$ 1,2 Bilhão em Prejuízos Anuais no Brasil

Na última quarta-feira, 10 de setembro de 2025, a Câmara dos Deputados recebeu contribuições diversas de órgãos públicos e associações do setor de transportes visando enfrentar a crescente onda de roubos de carga nas estradas brasileiras. O cenário alarmante revela que o Brasil ocupa a segunda posição mundial, atrás apenas do México, em termos de ocorrências desse tipo, com prejuízos que somam cerca de R$ 1,2 bilhão anualmente, conforme dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. No primeiro semestre deste ano, as estatísticas indicaram 3.749 casos de roubo, sendo que a região Sudeste é responsável por impressionantes 86% dessa totalidade.

Durante a reunião da Comissão de Viação e Transportes, Carley Welter, diretor de outra entidade do setor, destacou a atividade de quadrilhas especializadas, que não apenas se dedicam ao furto de cargas, mas também à comercialização de drogas e ao contrabando. A situação é tão crítica que 48% dos caminhoneiros já se declararam vítimas de roubos ou furtos, conforme dados da Confederação Nacional do Transportador Autônomo.

O governo federal busca mitigar o problema através do Comitê Gestor da Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, um esforço que inclui uma legislação robusta e uma coordenação integrada entre os órgãos de segurança pública. O coordenador de áreas especializadas de combate ao crime da Polícia Rodoviária Federal, Francisco Rodrigues Neto, ressaltou a necessidade de desenvolver uma cultura de segurança no transporte de cargas, além de promover a troca de informações e a atualização das leis pertinentes.

Outros desafios foram levantados, como a necessidade de implementar a rastreabilidade das cargas. Nessa linha, o deputado Mauricio Neves (PP-SP) apresentou o Projeto de Lei 1743/25, que visa a criação de um código para identificar e monitorar a carga desde a produção até o consumidor final. Ele lembrou que 65% das cargas transportadas no Brasil dependem de rodovias, e que os custos relacionados à prevenção de roubos impactam significativamente os preços finais aos consumidores.

Embora a proposta de rastreabilidade tenha encontrado apoio entre os especialistas, ajustes são solicitados para adaptá-la a produtos agrícolas. Além disso, as autoridades pedem a aprovação de medidas que criminalizem a receptação de cargas roubadas e aumentem as penas para os envolvidos nas diversas etapas do crime.

Em São Paulo, onde as ações do Sistema de Informações e Prevenção de Crimes (SP-Carga) resultaram em reduções significativas de roubos e furtos, a conscientização da população se torna parte essencial da estratégia. O secretário estadual de segurança pública, Guilherme Derrite, enfatizou que a educação pública, somada ao endurecimento das legislações, é crucial para desestimular a aceitação de produtos ilícitos pela sociedade. Essa complexa teia de fatores demanda um atendimento cuidadoso para garantir não apenas a segurança dos transportadores, mas também a integridade do comércio e da economia como um todo.

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