A proposta, que agora segue para uma análise mais detalhada nas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça, define a destinação dos recursos de uma maneira que visa beneficiar diferentes setores da agricultura. Segundo o texto, 55% do montante deverá ser alocado para cobrir os custos operacionais e a comercialização da produção agropecuária. Além disso, 15% dos recursos são reservados para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), enquanto 5% se destinarão ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Outros 20% serão aplicados em investimentos em inovação e tecnologia no campo, e os restantes 5% ficarão para o seguro rural.
Um ponto crucial da proposta é que o governo federal não poderá cortar esses recursos sem uma prévia autorização do Congresso. Caso os valores estipulados não sejam respeitados, o Ministério da Fazenda será obrigado a justificar a situação e a elaborar um plano para reequilibrar as contas em até 30 dias. A relatora do projeto, deputada Caroline de Toni, destacou a importância dessa regulamentação ao afirmar que a inexistência de um limite mínimo para o financiamento do Plano Safra compromete o planejamento dos produtores. Ela enfatizou que essa previsibilidade é essencial não apenas para os agricultores, mas também para instituições financeiras, cooperativas e fornecedores.
Considerado o principal instrumento de financiamento da agricultura brasileira, o Plano Safra desempenha um papel vital na produção de alimentos e na criação de empregos no setor rural. O agronegócio, que representa aproximadamente um quarto do Produto Interno Bruto do Brasil, é também um pilar importante das exportações nacionais.
O próximo passo para a aprovação do projeto será a análise nas referidas comissões, onde a proposta poderá ser votada em caráter conclusivo, dispensando a discussão no plenário da Câmara. Após essa etapa, a proposta ainda precisará ser aprovada pelo Senado antes de se tornar lei.