CAMARA DOS DEPUTADOS – Cientistas alertam para “colapso climático” e cobram ações urgentes no Brasil em audiência da Câmara dos Deputados.

No dia 05 de março de 2024, durante uma audiência pública da Comissão Especial de Prevenção e Auxílio a Desastres Naturais da Câmara dos Deputados, renomados cientistas alertaram para um quadro de “colapso climático” iminente no planeta e destacaram a urgência de medidas concretas a serem adotadas no Brasil. Os especialistas enfatizaram a necessidade de ações como descarbonização, reflorestamento e monitoramento dos biomas para lidar com os impactos do aquecimento global e evitar uma sucessão de eventos extremos.

O físico e doutor em ciências atmosféricas, Alexandre Araújo da Costa, comparou a atual concentração de gases do efeito estufa a bombas atômicas, alertando para o desequilíbrio climático causado pelo aumento significativo de CO2, metano e óxido nitroso desde o século XIX. Costa, que também atua como professor na Universidade Federal do Ceará, fez parte da equipe responsável pelo primeiro relatório brasileiro de mudanças climáticas e ressaltou que a manutenção das atuais emissões de gases poluentes levará a um “futuro catastrófico”.

A química Luciana Gatti, coordenadora do Laboratório de Gases do Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LaGEE/INPE), mostrou evidências do aquecimento dos oceanos e defendeu a necessidade de decretar estado de emergência no sudeste da Amazônia devido ao aumento da temperatura e ao desmatamento. Gatti ressaltou a importância de preservar a umidade da região para garantir a manutenção dos “rios voadores” e apelou por ações urgentes de redução do desmatamento e produção de combustíveis fósseis.

Diante do cenário preocupante apresentado pelos cientistas, o relator da comissão especial, deputado Gilson Daniel, comprometeu-se a avaliar propostas para apoiar a rede de monitoramento dos biomas e a destinar recursos por meio de emendas parlamentares. O deputado Tarcísio Motta, organizador da audiência, defendeu a aprovação da PEC 44/23 para destinar 5% das emendas parlamentares para emergências climáticas e ressaltou a importância de preparar as cidades para os desafios decorrentes das mudanças climáticas.

Em um contexto global de aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos, os especialistas enfatizaram a necessidade de ações imediatas para evitar um colapso climático irreversível. A preocupação com as consequências das mudanças climáticas para a saúde e segurança da população foi destacada por Márcio Astrini, do Observatório do Clima, que alertou para a projeção de 250 mil mortes por ano entre 2030 e 2050 devido ao aquecimento global. O debate evidenciou a urgência de medidas efetivas e coordenadas para enfrentar os desafios climáticos e proteger o meio ambiente e as comunidades vulneráveis.

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