CAMARA DOS DEPUTADOS – CCJ da Câmara dos Deputados Aprova Possibilidade de Impeachment de Ministros do STF por Usurpação de Competência do Congresso.

Na última quarta-feira, dia 9 de outubro de 2024, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um importante projeto de lei que estabelece a possibilidade de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que usurparem competências do Congresso Nacional. Com uma votação de 36 votos a favor e 12 votos contra, a proposta foi aprovada e agora segue para análise pelo Plenário.

O relator do projeto, o deputado Alfredo Gaspar, foi fundamental para a elaboração do substitutivo ao Projeto de Lei 4754/16, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante. O texto original previa apenas a inclusão do crime de “usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo” como crime de responsabilidade dos ministros do STF. No entanto, a proposta de Gaspar vai além e define uma série de condutas que configuram crimes de responsabilidade, como a criação de normas gerais e abstratas de competência do Congresso Nacional, o benefício indevido a si ou a terceiros e a divulgação de opiniões sobre processos pendentes de julgamento.

Além disso, o projeto estabelece que a Mesa do Senado deverá apreciar as denúncias de impeachment contra os ministros do STF no prazo de 15 dias úteis. Essa medida representa uma mudança significativa na Lei 1.079/50, que define os crimes de responsabilidade.

A aprovação desse projeto gerou polêmica entre os deputados. Enquanto o deputado Chico Alencar criticou a proposta, alegando que se trata de uma “revanche” contra o STF, a deputada Bia Kicis afirmou que o objetivo é resguardar a democracia. O autor do projeto, Sóstenes Cavalcante, defendeu a proposta como uma forma de corrigir desmandos constitucionais, citando o exemplo da intervenção do STF na nomeação do ex-presidente Lula como ministro de Dilma Rousseff.

Diante de tantas opiniões divergentes, a votação final do projeto no Plenário promete ser acalorada e decisiva para o futuro das relações entre o Legislativo e o Judiciário no Brasil.

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