CAMARA DOS DEPUTADOS – CCJ da Câmara Aprova Medida para Proteger Importação de Cacau e Evitar Retrocessos Sanitários no Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados tomou uma decisão significativa ao aprovarem o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 330/22, que visa suspender uma recente alteração nas regras de importação de cacau da África. O projeto busca reverter a revogação da exigência fitossanitária imposta pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que isentava a aplicação de determinados tratamentos fitossanitários para amêndoas de cacau provenientes da Costa do Marfim.

O relator do projeto, o deputado José Rocha, do União-BA, argumentou que a supressão desse mecanismo de proteção representa um retrocesso sanitário para o setor agropecuário brasileiro. Segundo Rocha, a manutenção de regras rigorosas é crucial para a preservação da integridade das plantações nacionais. Ele aponta que a eliminação de tais requisitos pode expor as lavouras de cacau do Brasil a pragas e doenças comuns na agricultura africana, que podem comprometer não só a produção de cacau, mas também a de outras culturas.

A Instrução Normativa 125/21, que estabelece a revogação do tratamento com brometo de metila, um pesticida amplamente utilizado para o controle de pragas, também foi um ponto central na discussão. De acordo com o deputado Zé Neto, do PT-BA, que é o autor da proposta, a isenção dessa prática pode facilitar a introdução de pragas no Brasil, o que teria consequências desastrosas para a agricultura nacional.

Após a aprovação na Comissão, o projeto agora segue para análise do Plenário da Câmara dos Deputados. Para que se torne lei, será necessária a aprovação tanto na Câmara quanto no Senado. Esta deliberação reflete a crescente preocupação com os riscos fitossanitários associados à liberalização das importações e destaca a relevância de manter mecanismos protetivos para salvaguardar a agricultura brasileira. A expectativa é de que o assunto receba a atenção merecida na esfera legislativa, dada sua importância para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor agrícola no país.

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