CAMARA DOS DEPUTADOS – Casa de Governo apresenta redução significativa de garimpo ilegal no território Yanomami, mas dados são contestados em audiência.

Na noite do dia 25 de março de 2025, durante uma audiência pública da comissão externa que investiga a crise dos Yanomami, Nilton Tubino, coordenador da Casa de Governo em Roraima, apresentou resultados do trabalho realizado na terra indígena nos últimos dois anos. Segundo Tubino, houve uma redução significativa de áreas de garimpo ativas na região, com uma diminuição de 94% das áreas de garimpo ativas de março de 2024 para março de 2025.

O coordenador da Casa de Governo informou que as operações iniciadas resultaram na redução de 4.570 hectares para 273 hectares de garimpo ativo, representando uma diminuição de mais de 99,5% na abertura de novas áreas de exploração de ouro desde 2022. Além disso, Tubino destacou que a instância federal tem coordenado todas as ações relacionadas ao território Yanomami.

No entanto, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), autora do pedido para a audiência e presidente da comissão, questionou os números apresentados pelo governo. Segundo a parlamentar, a crise humanitária persiste no território Yanomami, e o avanço do garimpo continua de forma impune, citando dados da organização não-governamental Greenpeace que apontam um aumento nas áreas de garimpo entre 2023 e 2024.

Coronel Fernanda também abordou a questão da malária e da desnutrição no território Yanomami, mencionando um aumento nos casos da doença e no índice de desnutrição entre as crianças. Ela questionou o investimento do governo na distribuição de cestas básicas aos indígenas, ressaltando o custo elevado e a necessidade de garantir a segurança nutricional dos Yanomami.

O secretário nacional de Direitos Territoriais Indígenas, Marcos Kaingang, explicou que o governo firmou um contrato de emergência de R$185 milhões para fornecer cestas básicas aos Yanomami, totalizando 114 mil cestas entregues em dois anos. Kaingang justificou o valor das cestas e destacou a importância de garantir a alimentação dos indígenas durante a crise.

Segundo Tubino, as ações no território têm permitido que a população Yanomami retome seus plantios tradicionais, como mandioca e banana, visando a autossuficiência alimentar. O governo agora busca distribuir ferramentas e sementes para que os indígenas possam produzir seus próprios alimentos.

Em meio a um cenário de desafios e polêmicas, a situação no território Yanomami continua sendo acompanhada de perto por autoridades e organizações, em busca de soluções sustentáveis e eficazes para proteger a comunidade indígena e preservar o meio ambiente.

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