Braga se tornou alvo de críticas após um incidente em abril do ano passado, quando foi filmado expulsando, de forma agressiva, Gabriel Costenaro, ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), da Câmara. Segundo o partido Novo, essa ação configurou uma violação do decoro parlamentar. O deputado, por sua vez, argumentou que sua reação foi provocada pelas ofensas de Costenaro, que dirigiu insultos à sua mãe, que enfrenta uma grave doença.
Durante o discurso em plenário, Glauber Braga não expressou arrependimento e justificou sua atitude como uma resposta a várias provocações. Ele ressaltou a importância de lutar contra abusos e injustiças e não hesitou em criticar a decisão, afirmando que se a cassação fosse aprovada, ela não estaria relacionada aos fatos, mas sim a suas posturas críticas em relação à aplicação de emendas parlamentares.
A votação foi marcada por debates acalorados. A deputada Sâmia Bomfim, esposa de Braga, levantou um ponto relevante: como a aprovação da cassação poderia incentivar novos provocadores profissionais a atacarem adversários políticos nos momentos mais vulneráveis. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães, evitou aprofundar os argumentos contra Braga e pediu para focar a discussão no referendo das conclusões do Conselho de Ética.
Por outro lado, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, e outros deputados expressaram a necessidade de que Braga fosse penalizado não apenas pela ação específica, mas por um padrão de comportamento que considera nocivo para a Casa. O deputado Kim Kataguiri, membro do MBL, destacou que, apesar de apoiar a suspensão, a não cassação poderia normalizar agressões físicas no ambiente parlamentar.
A votação remota da suspensão, controversa, também foi um tópico de debate. Deputados da base do governo criticaram essa possibilidade, apontando que a medida fere a legitimidade das decisões sobre mandatos que são resultados da escolha popular. Em resposta, o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu a modalidade como uma forma de aumentar a participação dos parlamentares nos debates. Com essa mudança de regime, ele enfatizou a legitimidade do processo em andamento.
A situação de Glauber Braga permanece em foco, levantando questões sobre a ética parlamentar e a pertinência de suas ações dentro do contexto legislativo atual.










