CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados Debate Transparência na Distribuição de Verbas de Patrocínio Esportivo de Empresas Estatais e Responde Denúncias de Irregularidades.

No último dia 10 de setembro, a Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados organizou uma audiência pública destinada a esclarecer como as empresas estatais alocam suas verbas de patrocínio no setor esportivo. A iniciativa foi promovida pelo deputado Max Lemos, do PDT do Rio de Janeiro, que enfatizou a importância de responder às preocupações do público sobre a utilização desses recursos e eventuais irregularidades.

Lemos destacou que a necessidade de transparência é primordial para assegurar que os patrocínios se mantenham como um modelo de sucesso. O deputado afirmou que muitas das denúncias recebidas carecem de substância, reforçando a crença de que um esclarecimento detalhado poderia contribuir para a credibilidade do investimento público no esporte.

Durante a audiência, o gerente nacional de Patrocínio da Caixa Econômica Federal, Alexandro Gidaro, apresentou dados significativos sobre os aportes financeiros realizados pela instituição. Entre 2001 e 2024, a Caixa destinou aproximadamente R$ 771 milhões para o esporte, beneficiando mais de 10 mil pessoas por meio do Comitê Paralímpico Brasileiro e outras confederações. Gidaro também anunciou que, para o ciclo olímpico de 2028, o investimento da Caixa está projetado em R$ 490 milhões, ressaltando a continuidade do apoio ao esporte olímpico e paralímpico.

Por sua vez, Gustavo Tocantins, gerente de soluções do Banco do Brasil, enfatizou a estratégia de marketing focada em conectar com o público jovem. Ele ressaltou que o banco patrocina diversas modalidades esportivas há mais de três décadas e que os recursos destinados vêm do próprio caixa da instituição, sem recorrer à lei de incentivo ao esporte.

Em contraste, a gerente de projetos sociais da Petrobras, Marcela Silva e Souza Levigard, destacou que a estatal investe atualmente em sete projetos por meio da lei de incentivo, com um total de R$ 54 milhões reservados para ações sociais ao longo de quatro anos. Levigard salientou que os projetos focam no atendimento a crianças e adolescentes, sem planejar uma expansão de sua carteira de patrocínios esportivos nos próximos dois anos.

Por outro lado, Renan Caique Weber, chefe do departamento de Comunicação dos Correios, relatou uma drástica diminuição nos investimentos em eventos esportivos e culturais, um reflexo da reestruturação financeira pela qual a estatal está passando. De acordo com Weber, a previsão para a retomada dos investimentos ainda é incerta, embora a intenção de reiniciar o apoio ao esporte e a outras áreas permaneça.

Esse panorama revela um cenário de contrastes nas verbas de patrocínio, com algumas estatais comprometidas em investir e outras enfrentando dificuldades econômicas, refletindo a complexidade da relação entre investimento público e a promoção do esporte.

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