O pedido de licença foi protocolado na última quinta-feira, dia 29 de maio, e, conforme os trâmites legais, seu período de validade se estenderá até 2 de outubro deste ano. O contexto que envolve a deputada Zambelli é marcado por uma condenação a dez anos de reclusão imposta pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Recentemente, a parlamentar comunicou, através de uma gravação, que havia deixado o Brasil em direção à Itália, onde possui cidadania.
A situação se complicou ainda mais com a decretação de uma prisão preventiva em seu nome, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de licença foi realizado antes desta decisão, a qual foi emitida na quarta-feira, 4 de junho. Além disso, Zambelli foi listada na difusão vermelha da Interpol, um instrumento que facilita a colaboração entre diversas polícias ao redor do mundo e que, portanto, poderia resultar em sua prisão fora do território brasileiro. Essa medida foi requisitada pela Polícia Federal, seguindo a determinação de Moraes.
Outra consequência da decisão do ministro foi o bloqueio de valores referentes ao salário da deputada, solicitado pela Presidência da Câmara. Contudo, a Câmara ainda não foi informada acerca de outros detalhes da decisão judicial.
Em uma declaração, Zambelli expressou suas preocupações e emoções, afirmando que está sendo alvo de perseguições e denunciando o que considera um ato autoritário por parte do STF. A deputada enfatizou que medidas dessa natureza não poderiam ser tomadas de forma unilateral, e prometeu levar seu caso a instâncias internacionais, denunciando o que descreve como abuso de poder. A situação de Carla Zambelli se insere em um cenário mais amplo de tensões e disputas políticas, acirrado por decisões que levantam questões sobre o alcance da justiça e as liberdades individuais no Brasil.