Em seu discurso, Erika Kokay enfatizou a importância de um enfoque multidisciplinar nas políticas de saúde relacionadas ao HIV/AIDS. A deputada ressaltou a necessidade de compreender os perfis epidemiológicos e os contextos sociais que cercam a epidemia. “Devemos considerar os fenômenos políticos e sociais que influenciam o avanço da epidemia”, argumentou, uma afirmação que ecoa a urgência de se adotar estratégias mais abrangentes e integradas no combate ao vírus.
A importância do debate foi corroborada por Cleide Jane, representante do coletivo feminista de luta contra a AIDS Gabriela Leite. Jane destacou como as desigualdades de gênero aumentam a vulnerabilidade das mulheres ao HIV, dificultando ações efetivas de enfrentamento. Ela apontou que questões como a pobreza e o acesso limitado à educação e aos serviços de saúde afetam desproporcionalmente mulheres negras e de comunidades marginalizadas, alertando para a necessidade de políticas públicas que não apenas integram a saúde sexual e reprodutiva, mas que adotam uma abordagem interseccional.
Outro alerta significativo veio de Andrea Boccardi Vidarte, representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Em sua fala, Vidarte destacou a preocupante redução do financiamento internacional para iniciativas de combate ao HIV, o que pode levar a cerca de 3 milhões de novas infecções anuais até 2030, se não forem implementadas ações urgentes. Ela também mencionou o crescimento da criminalização de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo em vários países, um fator que pode contribuir para o aumento dos casos.
Os participantes da sessão expressaram a necessidade de incluir marcadores sociais para lidar com a infecção por HIV de maneira igualitária, enfatizando a importância de combater o preconceito e o estigma que cercam as pessoas afetadas pela doença. A sessão se transformou em um chamado à ação, reafirmando o compromisso com a luta contínua contra a AIDS e a promoção da saúde para todos.









