CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados aprova redução da idade mínima para aposentadoria especial a trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância e Adolescência da Câmara dos Deputados deu um passo significativo ao aprovar um projeto de lei complementar que altera as condições para a concessão de aposentadoria especial a trabalhadores que enfrentam riscos à saúde devido à exposição a agentes nocivos. O projeto, que modifica a Lei de Benefícios da Previdência Social, estabelece novas faixas de idade mínima para aposentadoria, reduzindo significativamente os limites atuais.

De acordo com a nova proposta, os trabalhadores poderão se aposentar a partir dos 40, 45 ou 48 anos, dependendo da gravidade do agente que os afeta e do tempo de exposição, que varia de 15 a 25 anos. Em contraste, a reforma da Previdência de 2019 havia definido idades mínimas de 55, 58 e 60 anos para essas condições. Esta mudança é vista como uma medida de justiça social, visando atender categorias profissionais que lidam com riscos diários à saúde e à integridade física.

Além da redução da idade mínima, o projeto também propõe que o valor da aposentadoria seja equivalente a 100% da média das contribuições do trabalhador. Isso representa um avanço em relação à legislação anterior, que limitava o cálculo do benefício a 60% da média, com acréscimos que não atendiam adequadamente os profissionais que contribuíam por longos períodos.

O relator da proposta, deputado Pastor Eurico, ressaltou a importância de incluir na legislação trabalhadores que enfrentam condições de trabalho adversas, como os aeronautas, que estão sujeitos a pressões atmosféricas anormais. O novo texto inclui uma variedade de profissões, como técnicos em radiologia e agentes de fiscalização agropecuária, que também se expõem a riscos significativos.

A proposta detalha não só as profissões consideradas, mas também reconhece a relevância de atividades que, ainda que não exponham diretamente a agentes nocivos, colocam em risco a integridade física do trabalhador. Isso inclui atividades relacionadas à segurança, transporte de valores e emergência médica.

O próximo passo para a proposta é a análise pelas comissões de Finanças e Tributação, bem como pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após essa etapa, o texto será levado ao Plenário, onde deverá ser aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado para se tornar lei. Essa mudança pode significar um avanço importante na proteção e valorização dos trabalhadores que enfrentam riscos iminentes em suas atividades diárias.

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