A referida portaria estabelece que a PRF não pode realizar atividades que estão dentro das competências das polícias judiciárias, nem investigar crimes cujo domínio seja exclusivo da polícia federal e civil, como os relacionados à ordem política e social. Além disso, qualquer cooperação entre a PRF e outras forças de segurança deve ser previamente autorizada pelo ministro da Justiça, exceto em situações de calamidade pública, desastres naturais ou outros eventos que representem grave ameaça à ordem pública.
O relator da proposta, deputado Nicoletti, do União-RR, expressou sua preocupação com as limitações impostas pela portaria. Segundo ele, essas restrições enfraquecem as ações efetivas no combate a crimes graves, incluindo tráfico de drogas, contrabando, exploração sexual infantil e o transporte ilegalde armas. Nicoletti enfatizou que a portaria não apenas ultrapassa os limites de sua função administrativa, mas também restringe injustamente as atribuições que são fundamentais para a segurança pública, comprometendo a capacidade da PRF de atuar de maneira eficaz em situações que demandam uma resposta ágil e integrada.
A aprovação do Projeto de Decreto Legislativo 117/25 representa um movimento importante, tendo em vista o papel crucial que a PRF desempenha nas operações de segurança em rodovias e áreas adjacentes. A medida agora se encaminha para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário da Câmara, onde será debatida em última instância.
Esse desenvolvimento ocorre em um contexto em que a criminalidade transnacional e a violência organizada têm exigido uma resposta mais robusta e coordenada das instituições de segurança. A atuação conjunta das diferentes forças de segurança é essencial para enfrentar desafios complexos e interconectados que afetam diretamente a população.
A discussão em torno da portaria e suas consequências para a atuação da PRF e de outras instituições de segurança pública demonstra a importância de um debate contínuo sobre as políticas de segurança no Brasil. À medida que esse projeto avança na Câmara, o desfecho poderá ter implicações significativas nas práticas de combate ao crime e na coordenação entre as diferentes agências de segurança.
Em suma, a proposta reflete um esforço legislativo em busca de uma abordagem mais integrada e eficiente no enfrentamento da criminalidade, o que poderá resultar em um fortalecimento das estruturas de segurança pública no país. O desdobramento deste caso será acompanhado de perto por especialistas e pela sociedade, que aguardam ansiosamente por ações concretas no combate a crimes que afetam a vida cotidiana dos cidadãos.