CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados aprova projeto que protege interesses de produtores rurais e garante condições mais justas para o setor agrícola brasileiro.

Na última quarta-feira, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados avançou na tramitação de um projeto de lei significativo que estabelece a Política Nacional de Proteção ao Produtor Rural. A proposta tem como principal objetivo a defesa dos interesses econômicos e jurídicos dos produtores, independentemente de seu porte, e busca prevenir práticas abusivas que possam comprometer suas atividades.

O texto debatido é um substitutivo apresentado pela relatora, a deputada Coronel Fernanda, do PL de Mato Grosso. Segundo a parlamentar, a aprovação da proposta é um passo essencial para garantir “previsibilidade para o mercado e segurança jurídica aos produtores”, enfatizando a importância de um ambiente favorável ao desenvolvimento da agricultura no Brasil.

Uma das principais alterações no projeto refere-se ao aumento das faixas de renda para a classificação dos produtores. Com isso, produtores de pequeno porte passarão a ser aqueles que têm renda bruta anual de até R$ 4,8 milhões, enquanto os de médio porte serão aqueles com rendimento entre R$ 4,8 milhões e R$ 8,7 milhões. Já os produtores de grande porte são aqueles que superam a marca de R$ 8,7 milhões.

O substitutivo também modificou a proposta original ao retirar a sugestão de criação de varas especializadas para julgar questões referentes à atividade agrícola. Entre os benefícios que a nova política estabelece, destaca-se a assistência técnica e jurídica gratuita para produtores rurais em situação de vulnerabilidade econômica. Além disso, estabelece regras que permitem a readequação de cláusulas contratuais frente a desastres naturais, favorecendo a interpretação contractual em caso de dúvida e assegurando que encargos e penalidades sejam bilaterais.

Outras medidas importantes incluem a proibição de vincular a concessão de crédito ao fornecimento de produtos financeiros adicionais, além de garantir a liberação de financiamentos em prazos razoáveis, com o direito a indenização por atraso injustificado. A proposta se expande também para atividades como pesca, aquicultura, extração vegetal e cultivo comercial de florestas, abrangendo uma gama maior de produtores.

Agora, o projeto aguarda análise das comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania em caráter conclusivo, podendo ser uma significativa mudança no cenário da legislação agrícola brasileira.

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