Miguel Arraes, figura proeminente da política brasileira e ícone da resistência à ditadura militar, exerceu o cargo de governador de Pernambuco em três ocasiões e também atuou como prefeito do Recife. A deputada Maria Arraes destacou a trajetória do avô, lembrando que ele não apenas ocupou cargos eletivos — como as duas legislaturas como deputado estadual e três mandatos como deputado federal — mas também lutou incessantemente pela democracia e pelos direitos sociais no Brasil. Segundo ela, sua obra permanece viva através de iniciativas como o programa “Luz para Todos” e a “Farmácia Popular”, que visam a inclusão social e o acesso a serviços básicos.
O ato de aprovar essa denominação trouxe à tona também uma discussão sobre a representatividade política e as ideologias em voga no Congresso. Deputados como Bia Kicis e Chris Tonietto, ambas do Partido Liberal (PL), se mostraram contrárias à homenagem, argumentando que a sala deve refletir um espaço plural, sem favorecimentos a uma ideologia em particular. Kicis questionou a justificação de se homenagear uma figura com uma proposta ideológica tão definida, que poderia não abranger diferentes visões políticas.
Em resposta às críticas, Maria Arraes reafirmou que a homenagem não deve ser reduzida a uma linha ideológica específica. Para ela, Miguel Arraes é reconhecido no “Livro de Heróis da Pátria” por sua contribuição inalienável à história do Brasil e à luta por um país mais justo e democrático. A aprovação da Resolução não apenas celebra o legado de Miguel Arraes, mas também ressalta a importância de refletir sobre o passado político do país e os líderes que moldaram sua trajetória.