CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados aprova projeto que amplia acesso ao canabidiol para tratamento de diversas deficiências e garante fornecimento gratuito pelo SUS.

Em uma importante decisão, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que promete expandir o acesso de pessoas com deficiência a medicamentos à base de canabidiol (CBD), componente da planta cannabis sativa. A proposta visa garantir que o fornecimento gratuito desses tratamentos seja assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades públicas e privadas conveniadas, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para que os pacientes possam se beneficiar dessa medida, será necessário um registro no novo Programa Nacional de Facilitação ao Acesso de Tratamentos à Base de Canabidiol para Pessoas com Deficiência, que foi criado com o projeto. O cadastro exigirá a apresentação de laudo médico, a classificação específica da condição de saúde e uma justificativa convincente para o uso do tratamento com CBD.

O desenvolvimento e a coordenação do programa ficarão a cargo do Ministério da Saúde, que trabalhará em colaboração com a Anvisa. Esta última será responsável por estabelecer normas sobre o armazenamento, manuseio e transporte dos produtos que contêm canabidiol.

O relator do projeto, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), apresentou um substitutivo que amplia o escopo inicial, que se restringia ao apoio a indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA). Cathedral argumenta que, embora o TEA seja uma das condições mais discutidas em relação ao uso do CBD, outras deficiências, como paralisia cerebral e várias síndromes genéticas raras, também podem se beneficiar do tratamento, conforme evidências científicas e experiências clínicas.

O relator reforçou a importância desta proposta ao afirmar que o acesso a terapias com canabidiol, quando prescritas de forma responsável, pode garantir dignidade e qualidade de vida às pessoas com deficiência. Ele sublinha a necessidade de transformar essa forma de tratamento, que atualmente é vista como um privilégio, em um direito universal para todos.

O uso do canabidiol começou a ser regulamentado no Brasil em 2014, inicialmente para tratar epilepsias graves em crianças e adolescentes, e desde então passou por diversas atualizações. Agora, a proposta segue para avaliação das comissões de Saúde, Finanças e Tributação, e Constituição e Justiça. Para que essa medida se torne lei, é essencial que seja aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado.

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