Este programa, com duração prevista de dez anos, abordará uma gama de questões relevantes, incluindo a prevenção de lesões, distúrbios alimentares e os problemas relacionados ao ciclo menstrual. Especialistas destacam que a saúde das atletas deve ser uma prioridade, já que elas enfrentam pressões únicas que podem impactar seu bem-estar físico e mental.
Uma característica importante do projeto é a formação de profissionais da saúde e treinadores que possuam conhecimento específico sobre a saúde feminina. Além disso, está previsto um atendimento psicológico focado em problemas como ansiedade e depressão, que são comuns entre atletas, especialmente em níveis competitivos elevados.
A relatora da proposta, a deputada Talíria Petrone, do PSOL do Rio de Janeiro, evidenciou a importância de abordar os distúrbios alimentares entre atletas. Segundo ela, pesquisas indicam que uma porcentagem alarmante de atletas olímpicas brasileiras, cerca de 77%, manifesta preocupação excessiva com seu peso. Dentre elas, 52% já se encontravam em dietas restritivas, e 11% admitiram o uso de diuréticos e laxantes como parte de suas rotinas.
O texto da proposta passou por uma pequena alteração, onde o termo “saúde reprodutiva” foi substituído por “saúde ginecológica”. Essa mudança visa melhorar as ações de conscientização em torno do ciclo menstrual, do uso de contraceptivos e de acompanhamento gestacional, quando aplicável.
Agora, a proposta seguirá para análise das comissões de Esporte, Saúde, Finanças e Tributação, e Constituição e Justiça e de Cidadania. Para que se torne lei, precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara e do Senado. A expectativa é que essa iniciativa traga avanços significativos na saúde das mulheres atletas, refletindo um compromisso com a equidade e o bem-estar no universo esportivo.