A Medida Provisória foi aprovada em uma comissão mista na véspera, mas com um placar bastante contestado, evidenciando a polarização em torno do tema. O relator da proposta, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), introduziu uma série de alterações significativas ao texto original, que se destina a equilibrar as contas públicas para o próximo ano. Entre as mudanças mais notáveis está a manutenção da isenção para certos títulos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Hipotecárias (LCA). A proposta inicial de aumentar a tributação sobre apostas esportivas, popularmente conhecidas como bets, foi eliminada, em uma tentativa de amenizar as repercussões sociais e econômicas.
Embora a medida tenha sido recebida com alguma resistência, o governo a considera essencial, especialmente após a revogação de um decreto presidencial que havia elevado o Imposto sobre Transações Financeiras (IOF) em várias categorias de transações. A revogação deste decreto foi uma resposta a uma forte reação política e pública que questionou a necessidade de tais aumentos tributários em meio a um cenário já desafiador.
O impacto da Medida Provisória não deve ser subestimado, uma vez que a previsão é de que sua implementação resulte em uma redução de R$ 3 bilhões na arrecadação em 2026. Esta cifra sinaliza compromissos adicionais que o governo terá que avaliar, enquanto busca formas de manter o equilíbrio fiscal em tempos de incerteza econômica.
O futuro da proposta agora depende da aprovação na Câmara e, subsequentemente, no Senado, destacando a fragilidade das negociações em um cenário político repleto de desafios. A votação de hoje não apenas define a trajetória fiscal do próximo ano, mas também reflete as tensões entre a necessidade de arrecadação e a manutenção de incentivos financeiros importantes para a população.