CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara aprova regulamentação de Recursos Educacionais Abertos, garantindo acesso e adaptação de conteúdos para a administração pública e melhorias no acesso à educação.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados deu um passo importante para a regulamentação dos Recursos Educacionais Abertos (REA), ao aprovar uma proposta que visa assegurar a ampla utilização desse tipo de material na administração pública. Esses recursos, que incluem conteúdos educacionais disponíveis sob licenças abertas, permitem que estudantes de diferentes níveis acadêmicos acessem, adaptem e compartilhem obras educacionais sem restrições.

Sob a nova proposta, qualquer material educacional que seja desenvolvido com financiamento público — seja total ou parcial — poderá ser classificado como REA. O que significa que, no formato digital, esses conteúdos deverão ser disponibilizados em plataformas acessíveis e gratuitas ao público. Além disso, as compras e contratações para o desenvolvimento de tais recursos educacionais deverão contemplar a licença aberta e garantir que o material seja arquivado em repositórios públicos.

A proposta também inclui novas criações intelectuais de servidores públicos, como professores e pesquisadores vinculados a instituições públicas, que terão a garantia de remuneração pela cessão dos direitos autorais. Esses novos materiais poderão, inicialmente, ser licenciados de forma exclusiva por um período de até cinco anos a partir da primeira publicação. Após esse prazo, obras como livros acadêmicos poderão ser disponibilizadas como REA.

O texto aprovado incentiva ainda o desenvolvimento de bibliotecas digitais e a criação de bancos de dados públicos pela administração pública. É importante mencionar que já existe uma norma do Ministério da Educação, através da Portaria 451/18, que estabelece que toda obra educacional financiada com recursos públicos deve ter licença aberta e o acesso facilitado por meio de plataformas online.

O relator do projeto, deputado Helder Salomão, fez ajustes significativos na proposta original, levando em conta as sugestões da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros. Essas modificações buscam garantir um equilíbrio entre a proteção dos direitos autorais e a ampliação do acesso ao conhecimento.

Com esta aprovação na CCJ, a proposta agora segue para o Plenário da Câmara, onde passará por nova avaliação antes de poder ser encaminhada ao Senado para a sanção final, caso seja aprovada. Essa medida representa um avanço considerável na democratização do conhecimento na educação pública brasileira.

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