CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara aprova projeto que proíbe protesto de faturas de energia abaixo de um salário mínimo, visando proteger consumidores em situação de vulnerabilidade.

Na última reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, um novo projeto de lei foi aprovado, buscando oferecer maior proteção aos consumidores em relação às dívidas de energia elétrica. A proposta proíbe a cobrança de faturas que estejam em débito, quando o valor devido for igual ou inferior a um salário mínimo, por meio de protesto em cartório. Para dívidas que excedem esse valor, a cobrança via protesto só poderá ser realizada após um período de 90 dias de atraso no pagamento.

O relator do projeto, deputado Sidney Leite, representante do PSD do Amazonas, introduziu um substitutivo que já tinha sido acatado pela Comissão de Defesa do Consumidor. Originalmente, a proposta apresentada pelo deputado Fausto Jr., do União-AL, visava uma restrição de protesto para todas as faturas com 90 dias ou mais de atraso, sem distinção de valor. Contudo, a alteração feita pelo relator visa proteger especialmente os consumidores mais vulneráveis, incluindo aqueles com dívidas exatamente equivalentes a um salário mínimo.

Sidney Leite comentou sobre a natureza desproporcional da cobrança imediata via protesto, indicando que muitos dos consumidores que enfrentam dificuldades no pagamento de suas contas de energia elétrica estão em situações econômicas delicadas. Segundo ele, o protesto imediato pode intensificar o cenário de endividamento, adicionando custos cartoriais que dificultam ainda mais a regularização das dívidas, contribuindo para um ciclo vicioso de inadimplência.

O texto aprovado também propõe a inclusão dessas novas medidas na Lei 9.492/97, que rege o protesto de títulos e documentos de dívida. O projeto, que agora se encontra na fase de análise pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, é considerado de caráter conclusivo, o que significa que não precisa ser deliberado pelo plenário, salvo se houver contestação. Para se tornar lei, a proposta ainda necessita passar pelo crivo dos deputados e senadores.

Essa discussão é relevante em um contexto de crescente preocupação com a proteção do consumidor, especialmente em um cenário econômico onde muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras.

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