CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara Aprova Projeto que Pode Complicar Ações da Polícia Federal no Combate ao Crime Organizado, Levando a Críticas de Parlamentares da Base Governista

Na última sessão da Câmara, o projeto de lei voltado para o combate ao crime organizado, conhecido como PL 5582/25, gerou intensos debates e controvérsias entre parlamentares. O texto, aprovado sob a relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), recebeu críticas contundentes da base governista, que alerta para uma possível fragilização das atividades da Polícia Federal em sua luta contra as práticas criminosas.

Deputados expressaram preocupações sobre como as alterações feitas por Derrite podem comprometer a eficácia das investigações relacionadas ao crime organizado. O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, destacou que as mudanças trazem incertezas sobre a capacidade da Polícia Federal de realizar investigações robustas. “O texto atual ainda tem problemas, podendo dificultar o trabalho da Polícia Federal”, afirmou.

Por sua vez, Glauber Braga (Psol-RJ) apontou que o relatório pode, na prática, resultar em um corte nos recursos destinados à Polícia Federal, favorecendo a chamada “blindagem” das organizações criminosas de colarinho branco. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT, criticou a falta de diálogo entre o relator e o governo, enfatizando que a ausência de negociações adequadas poderia prejudicar severamente os esforços de combate ao crime.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também foi incisiva ao comentar que a versão aprovada descaracteriza o comprometimento do governo em enfrentar as facções criminosas. Ela ressaltou que a proposta original integrava diversas instituições como a Receita e o Banco Central, essenciais no combate à lavagem de dinheiro.

Em resposta, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), frisou que a proposta do relator introduz mais confusão no sistema penal, critério que, segundo ele, não contribui efetivamente para a luta contra facções. Ele também mencionou que a capacidade de punição contra crimes deveria ser mantida rigorosa, destacando que o governo não protege criminosos, mas busca duramente sua punição.

Contrapondo essas críticas, parlamentares da oposição mostraram apoio à abordagem de Derrite. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu que o texto traz significativos avanços na segurança, mesmo reconhecendo que não é perfeito. O coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF), argumentou que o projeto original favoreceria um “faccionado privilegiado”, defendendo a necessidade de uma distribuição mais equitativa dos recursos destinados à segurança.

Como reflexo das tensões políticas, a sessão demonstrou que o combate ao crime organizado continua a ser um tema polarizador entre os partidos, evidenciando a complexidade e a importância de um diálogo mais eficaz para o fortalecimento das instituições de segurança no Brasil.

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