Deputados expressaram preocupações sobre como as alterações feitas por Derrite podem comprometer a eficácia das investigações relacionadas ao crime organizado. O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, destacou que as mudanças trazem incertezas sobre a capacidade da Polícia Federal de realizar investigações robustas. “O texto atual ainda tem problemas, podendo dificultar o trabalho da Polícia Federal”, afirmou.
Por sua vez, Glauber Braga (Psol-RJ) apontou que o relatório pode, na prática, resultar em um corte nos recursos destinados à Polícia Federal, favorecendo a chamada “blindagem” das organizações criminosas de colarinho branco. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT, criticou a falta de diálogo entre o relator e o governo, enfatizando que a ausência de negociações adequadas poderia prejudicar severamente os esforços de combate ao crime.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também foi incisiva ao comentar que a versão aprovada descaracteriza o comprometimento do governo em enfrentar as facções criminosas. Ela ressaltou que a proposta original integrava diversas instituições como a Receita e o Banco Central, essenciais no combate à lavagem de dinheiro.
Em resposta, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), frisou que a proposta do relator introduz mais confusão no sistema penal, critério que, segundo ele, não contribui efetivamente para a luta contra facções. Ele também mencionou que a capacidade de punição contra crimes deveria ser mantida rigorosa, destacando que o governo não protege criminosos, mas busca duramente sua punição.
Contrapondo essas críticas, parlamentares da oposição mostraram apoio à abordagem de Derrite. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu que o texto traz significativos avanços na segurança, mesmo reconhecendo que não é perfeito. O coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF), argumentou que o projeto original favoreceria um “faccionado privilegiado”, defendendo a necessidade de uma distribuição mais equitativa dos recursos destinados à segurança.
Como reflexo das tensões políticas, a sessão demonstrou que o combate ao crime organizado continua a ser um tema polarizador entre os partidos, evidenciando a complexidade e a importância de um diálogo mais eficaz para o fortalecimento das instituições de segurança no Brasil.









