CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara aprova projeto que isenta estudantes de baixa renda do pagamento mínimo do Fies durante amortização, visando aliviar dívidas enquanto nova cobrança não é implementada.

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deu um passo importante ao aprovar o Projeto de Lei 1917/24, uma iniciativa que visa beneficiar estudantes de baixa renda atendidos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O foco principal da proposta é isentar esses alunos do pagamento mínimo do saldo devedor durante a fase de amortização de suas dívidas, especialmente aqueles cujas famílias estão cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

A proposta é um alívio para muitas famílias brasileiras, uma vez que estipula que essa isenção permanecerá válida até que o novo regime de cobrança atrelado à renda, previsto desde 2017 na Lei do Fies, seja efetivamente implementado. De acordo com o deputado Duda Ramos, relator da proposta, a intenção é não sobrecarregar os alunos que já enfrentam dificuldades financeiras significativas. Ele salientou que, mesmo com a legislação existente, o percentual de pagamento atrelado à renda ainda não foi regulamentado, exigindo assim uma solução temporária imediata.

O Fies é uma ferramenta crucial que possibilita a estudantes de recursos limitados acessar o ensino superior em instituições privadas. O sistema de amortização das dívidas deveria se basear na renda do ex-aluno, sendo um aspecto ainda não implementado. O autor do projeto, deputado Duarte Jr., destacou que a liberdade temporária desses pagamentos permitirá uma avaliação mais justa da capacidade de pagamento de cada estudante, evitando que se sintam pressionados por compromissos financeiros que podem ser inviáveis no momento.

Além da isenção temporária, o projeto traz outras mudanças significativas. Entre elas, a ampliação da reserva de vagas nos processos seletivos do Fies para certos grupos sociais, como autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas, assim como para pessoas com deficiência. A proposta também propõe assegurar o financiamento integral dos encargos educacionais para estudantes de baixa renda que não possam arcar com a coparticipação, além de exigir que o comitê gestor do Fies publique anualmente um relatório detalhando o panorama do programa.

Agora, o projeto será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de sua votação pelo Plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado, para se tornar lei definitiva. Essas mudanças podem representar um avanço significativo para a educação no Brasil, promovendo mais equidade e acesso ao ensino superior.

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