CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara aprova projeto que financia CNH de responsáveis por pessoas com deficiência com recursos do Fundo de Segurança e Educação de Trânsito.

Em um avanço significativo para a inclusão de pessoas com deficiência no Brasil, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que prevê o uso de recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset) para cobrir os custos da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de pais ou responsáveis por essas pessoas. O Funset, por sua vez, é alimentado por valores provenientes de multas de trânsito.

A proposta estabelece que os beneficiários que residem em áreas urbanas precisam comprovar que a renda familiar mensal não ultrapassa R$ 8 mil para ter acesso a essa assistência financeira. Nos contextos rurais, a renda familiar anual bruta deve ser inferior a R$ 96 mil. A medida foi bem recebida pelos parlamentares, que optaram por apoiar o parecer do deputado Duarte Jr. (PSB-MA), relator da proposta, que é uma versão revisada do Projeto de Lei 1878/24, originalmente de autoria do deputado Geraldo Mendes (União-PR). Este projeto inicial tinha como foco apenas os responsáveis por pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).

Duarte Jr. salientou que a nova versão da proposta busca reconhecer o papel fundamental dos cuidadores e promove uma equidade de condições entre todas as pessoas com deficiência. Segundo ele, a medida tem um caráter essencialmente assistencial e inclusivo, aliviando os encargos financeiros dos responsáveis legais e permitindo que ganhem maior autonomia e mobilidade, ao mesmo tempo em que não representa um grande ônus para a administração pública.

A proposta ainda necessita de avaliações adicionais. Após esta aprovação inicial, seguirá para análise nas comissões de Finanças e Tributação, e na de Constituição, Justiça e Cidadania, sempre com a possibilidade de ser discutida em um caráter conclusivo, o que significa que poderia ser deliberada sem a necessidade de votação no plenário da Câmara, a não ser que haja discordância entre as comissões ou um recurso assinado por um grupo de deputados. Se tudo correr como planejado, a proposta deverá ser aprovada também pelo Senado para que se torne lei.

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