O relator da proposta, deputado Claudio Cajado (PP-BA), explicou que a nova medida estabelecerá a necessidade de autorização prévia da própria Câmara ou do Senado para que o STF possa processar deputados ou senadores. Essa mudança se aplicará a quaisquer ações judiciais que envolvam medidas cautelares de caráter pessoal ou real, independentemente do momento em que os eventos tenham ocorrido — ou seja, mesmo que o parlamentar já não tenha mais seu mandato, processos relacionados a ações cometidas durante esse período ainda estariam cobertos pela nova regulamentação.
A discussão da PEC ainda não está encerrada. Para a aprovação final em primeiro turno, os deputados devem votar sobre diversos destaques apresentados por partidos, que propõem alterações específicas ao texto. Um dos destaques, apresentado pela federação Psol-Rede, busca eliminar a exigência de autorização para a continuidade de prisões em flagrante mediante votação secreta. Outro destaque, vindo do partido Novo, busca remover a atribuição de foro privilegiado no STF para presidentes de partidos que têm representação no Congresso Nacional.
As votações que se seguem poderão intensificar o debate sobre as dotações eissionais que cercam o Judiciário e o Legislativo, especialmente no que diz respeito à accountability e ao controle de poderes entre as instituições. O resultado da votação em segundo turno e os desdobramentos da proposta devem ser acompanhados de perto, uma vez que refletem mudanças importantes nas dinâmicas políticas do país.
O futuro das prerrogativas parlamentares e suas implicações no sistema de justiça brasileiro permanecerão em destaque nas próximas sessões do Congresso, com diversas vozes se manifestando a favor e contra a alteração. As implicações dessa proposta podem ressoar profundamente no modo como os parlamentares são tratados judicialmente, acirrando o debate sobre a separação de poderes na democracia brasileira.