CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara Aprova Exclusão de R$ 3 Bilhões da Meta Fiscal para Projetos de Defesa Nacional em 2025

A Câmara dos Deputados realizou na última segunda-feira (3) a aprovação de um Projeto de Lei Complementar (PLP) que concede à União a permissão para excluir até R$ 3 bilhões da meta de resultado primário e do limite de despesas do Poder Executivo em 2025. Essa medida se destina a projetos estratégicos voltados à defesa nacional, e o texto já segue para sanção presidencial.

O relator do projeto, deputado General Pazuello (PL-RJ), elaborou a proposta nos moldes do PLP 204/25, que originou-se no Senado. A decisão marcará um movimento significativo na forma como a legislação brasileira aborda a questão do financiamento de iniciativas na área da defesa. Segundo o texto, os R$ 3 bilhões que forem excluídos em 2025 também poderão impactar o orçamento do ano seguinte, com a possibilidade de que gastos dessa natureza em 2026 sejam abatidos do limite legal de R$ 5 bilhões ou da dotação do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que abrange investimentos no Ministério da Defesa.

O projeto propõe que a exclusão de despesas a partir de 2026 fique em vigor por cinco anos, até 2030. Todas as despesas que obtiverem esse tratamento especial serão classificadas como despesas de capital, o que pode facilitar a continuidade e a ampliação de tais projetos no futuro. O foco principal é reforçar a base industrial de defesa brasileira e assegurar que os investimentos em tecnologia e produção de equipamentos essenciais não dependam exclusivamente de recursos externos, uma questão considerada crucial para a soberania nacional.

Os recursos para esses projetos poderão também ser financiados por meio de fundos públicos vinculados ao ministério. É importante ressaltar que as despesas referentes a restos a pagar, ou seja, aqueles pagamentos que foram liquidadas em anos anteriores, não serão computadas na meta de resultado primário para o exercício correspondente, conforme estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Durante o debate na Câmara, o General Pazuello enfatizou que a soberania do Brasil não deve ser subcontratada e apontou que o fortalecimento da indústria de defesa é um investimento em segurança e autonomia. Entretanto, a proposta também enfrentou críticas. O líder do PT, deputado Lindbergh Farias, expressou preocupações em relação ao fato de que emenda proposta, destinada a financiar a Estratégia Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado, foi considerada inadequada. Por outro lado, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) criticou a proposta, considerando-a uma forma de contabilidade criativa que pode comprometer a credibilidade do Orçamento.

Esse cenário revela um debate acalorado sobre investimentos em defesa, que, para muitos, é imperativo em tempos de incerteza, enquanto outros alertam sobre os riscos de um manejo orçamentário questionável. A proposição agora aguarda a decisão do Presidente da República, que determinará seu futuro.

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