CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara Aprova Criação de “Salas de Silêncio” em Escolas para Apoiar Alunos com Transtorno do Espectro Autista e Neuroatípicos

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou um significativo projeto de lei que propõe a criação de “salas de silêncio” em instituições de ensino básico, abrangendo educação infantil, fundamental e médio. Esta iniciativa visa atender alunos com transtorno do espectro autista (TEA) e outras condições neuroatípicas, proporcionando ambientes que minimizam a sobrecarga sensorial, frequentemente causadora de crises emocionais e comportamentos agressivos.

As salas de silêncio, também conhecidas como salas de descompressão, serão espaços dedicados onde os alunos poderão se retirar em momentos de estresse ou excesso de estímulos. O projeto prevê que esses locais sejam reservados, equipados com dispositivos como fones redutores de ruído e objetos reguladores, como óculos escuros, que contribuam para a tranquilidade dos usuários. Além disso, as salas devem ter um ambiente com baixo estímulo visual e sonoro, estarem localizadas em áreas de fácil acesso e serem claramente sinalizadas, preferencialmente na entrada das escolas.

O relator da proposta, deputado Reginaldo Veras (PV-DF), apresentou um substitutivo ao Projeto de Lei 2864/23, originalmente formulado por colegas da Câmara. Nesse novo formato, foi incluída a possibilidade de adaptação de salas já existentes nas escolas, o que pode ser uma alternativa viável para muitas instituições, especialmente as públicas, que diante da escassez de recursos poderiam enfrentar dificuldades na criação de novas estruturas. Segundo Veras, essa realidade é importante a ser considerada, visto que a implementação de novas salas pode demandar investimentos significativos.

Estudantes com autismo e outras condições neuroatípicas frequentemente enfrentam desafios únicos no ambiente escolar tradicional, apresentando diferenças no processamento sensorial que impactam sua concentração e interações sociais. As salas de acomodação sensorial, portanto, oferecem um espaço seguro onde esses alunos podem se autorregular, tornando o ambiente escolar mais inclusivo.

A proposta ainda deve passar por análise em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para votação na Câmara e no Senado. Se aprovada, representará um avanço importante na inclusão e no bem-estar de estudantes neuroatípicos nas escolas brasileiras.

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