CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara Analisa Projeto de Lei que Proíbe Perguntas sobre Vida Sexual de Vítimas em Investigação de Violência Sexual contra Mulheres



Câmara dos Deputados Debate Projeto que Protege Vítimas de Violência Sexual

No dia 12 de maio de 2025, a Câmara dos Deputados deu início à análise do Projeto de Lei 5038/23, uma proposta que busca transformar a forma como as investigações de crimes de violência sexual são conduzidas, especialmente no que tange à revitimização de mulheres. A proposta, idealizada pela deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), visa proibir a utilização de perguntas sobre o comportamento sexual passado ou futuro da vítima ou de testemunhas durante a investigação.

Esse projeto de lei sugere que a credibilidade e a disponibilidade sexual das vítimas e testemunhas não podem ser inferidas com base em seu comportamento sexual e que o silêncio ou a falta de resistência não devem ser considerados como indicativos de consentimento. Essas diretrizes estão sendo inseridas no Código de Processo Penal, cerca de 80 anos após a promulgação de sua primeira versão.

Laura Carneiro, em sua defesa ao projeto, enfatiza a necessidade dessa norma para evitar a revitimização das mulheres. A deputada chamou a atenção para o fato de que muitas vítimas já passaram por um período de sofrimentos e humilhações e, ainda assim, são submetidas a questionamentos que se baseiam em estereótipos e preconceitos. Segundo ela, é recorrente que, nas inquirições, as mulheres sejam questionadas sobre aspectos de suas vidas pessoais, desde suas vestimentas até suas experiências passadas, sem que isso tenha qualquer relevância para o crime que sofreu.

Após a discussão inicial, o Projeto de Lei 5038/23 passará por avaliações nas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, bem como na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Em seguida, será levado ao Plenário da Câmara. Para se tornar lei, a proposta precisa ser aprovada em ambas as casas do Congresso, ou seja, pela Câmara e pelo Senado.

As novas regras representam um avanço significativo na proteção das vítimas de violência sexual, promovendo um ambiente de respeito e dignidade durante as investigações. A expectativa é de que a votação do projeto contribua para uma maior sensibilização sobre a importância de tratar as vítimas com empatia e consideração, evitando, assim, práticas revitimizadoras durante o processo judicial.

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