Um dos principais pontos abordados no documento é a diversificação das interações entre os legislativos dos países membros do bloco. Sugere-se a realização de fóruns para jovens parlamentares e encontros temáticos. Ademais, foi proposta a formalização de um evento anual para reunir mulheres parlamentares dos BRICS, criando um espaço para discussão e troca de experiências.
O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Hugo Motta, destacou a relevância da declaração como uma mensagem política contundente, especialmente para os chefes de Estado e Governo que se reunirão na cúpula dos BRICS, marcada para julho no Rio de Janeiro. Para ele, o texto representa um forte apelo em favor da cooperação, do multilateralismo e do desenvolvimento sustentável.
Em relação ao comércio internacional, a declaração enfatiza a necessidade de reformar o sistema financeiro global, incluindo instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Os parlamentares defenderam uma revisão nas participações acionárias e um aumento da representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança.
Além disso, o combate a doenças negligenciadas e a promoção do acesso equitativo a serviços de saúde também foram temas centrais. O documento defende a importância de um pacto que garanta respostas mais eficazes em futuras emergências sanitárias, inspirando-se nas lições da pandemia da COVID-19.
O avanço da inteligência artificial (IA) também foi discutido, com a necessidade de marcos regulatórios que assegurem a ética e a transparência no uso da tecnologia. Os países participantes enfatizam a importância de uma IA que beneficie a humanidade, promovendo desenvolvimento e inovação, ao mesmo tempo que combate a exclusão digital.
No que tange ao meio ambiente, a declaração reforçou a necessidade de colaboração entre parlamentos para a padronização das emissões de carbono e para o desenvolvimento de mercados de carbono transparentes e justos.
Por último, o documento traz à tona a reivindicação pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, buscando torná-lo mais representativo e democrático, além de criticar a persistência do terrorismo em várias partes do mundo.
Essa declaração será enviada aos chefes de Estado e Governo dos países do bloco, servindo como uma contribuição importante para a XVII Cúpula de Líderes do BRICS, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. O encontro contou com a participação de representantes de dez países, enquanto a Arábia Saudita não enviou delegação. O próximo fórum parlamentar está programado para acontecer na Índia em 2026.
