Luciana Silva Barbosa de Carvalho, executiva do Banco do Brasil, destacou a necessidade de implementar linhas de financiamento que considerem as particularidades enfrentadas por mulheres, muitas vezes sobrecarregadas por duplas jornadas de trabalho e preconceitos que dificultam sua inserção no mercado. “Atualmente, 42% das empresas-clientes do Banco do Brasil são lideradas por mulheres, mas devemos ir além”, afirmou ela, ressaltando a importância de encontros como este para alinhar estratégias e compartilhar práticas exitosas no incentivo ao empreendedorismo feminino.
Shana Nogueira, do BNDES, trouxe à tona dados relevantes, afirmando que, em 2024, 60% dos beneficiários do microcrédito na instituição eram mulheres, representando mais de 50 mil empreendimentos. Ela também mencionou um programa destinado a apoiar startups fundadas por mulheres, evidenciando o compromisso com a pauta de fomento aos negócios femininos.
Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, abordou a conexão entre questões de gênero e pobreza. “A pobreza no Brasil é predominante entre mulheres, negras e jovens”, disse, destacando a importância de considerar essas variáveis na formulação de políticas públicas. O Programa Minha Casa, Minha Vida foi mencionado como um marco positivo, especialmente pela titularidade das casas, que deve ser concedida às mulheres.
Entre outras propostas, a deputada Célia Xakriabá sugeriu que 5% do orçamento militar do BRICS fosse alocado para ações climáticas voltadas à proteção das mulheres do Sul Global. Ela enfatizou que redirecionar esses recursos poderia liberar aproximadamente 34,7 bilhões de dólares por ano para enfrentar a crise climática.
O encontro foi encerrado pela senadora Leila Barros, que destacou a importância do trabalho conjunto em prol da inclusão feminina nas esferas de decisão. Ela propôs a institucionalização das reuniões de mulheres parlamentares em todos os fóruns do BRICS, visando fortalecer a cooperação e a diversidade de experiências entre os países participantes. Esse movimento busca não apenas aumentar a representatividade feminina, mas também criar um espaço colaborativo e efetivo em ações políticas e sociais.
