CAMARA DOS DEPUTADOS – Brasil Defende Novas Explorações de Petróleo e Gás em Audiência na Câmara, Apesar da Transição Energética em Curso

No dia 12 de agosto de 2025, a Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados promoveu uma audiência essencial sobre a exploração de petróleo e gás natural no Brasil. O Ministério de Minas e Energia defendeu, de forma enfática, a necessidade de expandir os blocos exploratórios, mesmo em meio à crescente demanda por uma transição energética que priorize fontes menos poluentes.

Carlos Agenor Cabral, diretor do ministério, apresentou dados que indicam a continuidade da necessidade global de petróleo até 2050, enfatizando que o Brasil não pode abrir mão de sua autossuficiência energética. Atualmente, o Brasil é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo e, se as projeções se confirmarem, deve ascender ao quarto lugar até 2031. Em 2024, a produção média diária atingiu 3,3 milhões de barris, com reservas que cresceram 6% em relação ao ano anterior, totalizando 16,8 bilhões de barris. No mesmo período, o país produziu 153 MMm³ diários de gás natural, resultando em uma arrecadação significativa de cerca de R$ 100 bilhões em royalties e participações especiais.

Contudo, Cabral alertou que o futuro da autossuficiência depende da descoberta e desenvolvimento de novas reservas, que ainda estão em fase de pesquisa. Ele enfatizou a importância de investimentos robustos em novas áreas de exploração, como as Bacias da Margem Equatorial e da Bacia de Pelotas, que já possuem contratos para cerca de 50 blocos exploratórios. A Margem Equatorial, que abrange a Bacia do Rio Amazonas, tem potencial estimado para 10 bilhões de barris de petróleo, com investimentos projetados de US$ 56 bilhões e arrecadações que podem chegar a US$ 200 bilhões. No entanto, essa exploração também suscita controvérsias devido aos riscos ambientais envolvidos.

Adicionalmente, a discussão incluiu a recente aprovação do Projeto do Plano de Proteção à Fauna pelo Ibama, aguardando a Avaliação Pré-Operacional (APO), a última etapa antes da emissão da licença ambiental para poços na Bacia da Foz do Amazonas. Cabral apoiou sua argumentação ao apontar que a produção nacional já é considerada de baixa intensidade de carbono, comparando-a favoravelmente à média global.

Pedro Alem, gerente de política industrial do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), também destacou os riscos envolvidos, afirmando que, sem novas reservas, o Brasil poderia enfrentar um sério problema fiscal se se tornasse um importador de petróleo a partir de 2040. Jorge Boeira, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, corroborou essa preocupação, ressaltando a importância do petróleo e gás na transição energética e a dificuldade dessa transição.

Por fim, o deputado Alexandre Lindenmeyer, organizador do evento, enfatizou a necessidade de qualificação profissional e geração de renda para os trabalhadores do setor, afirmando que a situação complexa atual pode ser vista como uma oportunidade de fortalecer a indústria nacional. O Ministério do Desenvolvimento mapeou investimentos significativos, totalizando R$ 3,8 trilhões para o setor de energia até 2034, com grandes aportes direcionados a petróleo e gás, combustíveis do futuro e eletromobilidade, o que pode indicar um futuro promissor para o setor energético brasileiro.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo