CAMARA DOS DEPUTADOS – Brasil assume presidência do Brics em 2025 e especialistas pedem agenda própria para evitar convergência ideológica com países do bloco.

Na última terça-feira (10), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados promoveu um debate sobre a importância do engajamento econômico do Brasil no Brics. Formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, o grupo foi tema de discussão entre os debatedores presentes.

Durante a reunião, os especialistas destacaram o papel do Brasil ao assumir a presidência do Brics em 2025, em meio a um contexto de divisão ideológica marcante. Enquanto os Estados Unidos e países ocidentais se encontram de um lado, China, Irã, Rússia e países não alinhados estão do outro. Nesse sentido, os debatedores enfatizaram a importância de uma política externa brasileira que priorize o Brics como uma ferramenta para ampliar as relações comerciais, sem se envolver em conflitos geopolíticos.

O deputado General Pazuello (PL-RJ) ressaltou a importância do Brics como um fórum econômico de países em desenvolvimento e alertou para o risco de uma possível mudança para uma abordagem geopolítica, o que poderia complicar a situação. Já o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) destacou os aspectos positivos do bloco, como a descentralização e o respeito à soberania nacional de cada país.

Entretanto, houve críticas por parte do representante da Marinha, Robinson Farinazzo, que apontou a falta de investimentos do Brasil em inovação e tecnologia, enfraquecendo a posição do país dentro do Brics. O jornalista e analista geopolítico Lucas Leiroz destacou a necessidade do Brasil apresentar sua própria visão dentro do Brics, sugerindo a criação de organizações e espaços de discussão para fortalecer a atuação do país no bloco.

Em suma, a discussão sobre a permanência do Brics como fórum econômico e a importância do Brasil em ter uma agenda própria e se manter distante de convergências ideológicas com os demais países do grupo, evidenciam a complexidade e a relevância das relações econômicas e geopolíticas entre os países que compõem o Brics.

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