O assessor da presidência da Gol, Alberto Fajerman, corroborou a declaração de Coelho, alegando que, apesar de conversas sobre a fusão no contexto da crise da pandemia, esse plano não avança. A Gol, que também passou por um processo de recuperação judicial, conseguiu concluir esse ciclo recentemente.
A audiência, sugerida pelos deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA) e Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), também abordou o que pode ser uma questão significativa no setor: a suspeita de combinação de preços entre as principais companhias aéreas que atuam no Brasil — Gol, Azul e Latam. Gustavo Freitas de Lima, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), revelou que há um inquérito em curso para investigar essas alegações. Embora os resultados ainda sejam preliminares, existem indícios que podem sugerir a prática de combinação de preços, algo que levantou preocupações entre os membros da comissão.
Freitas apontou uma contradição nas tendências do mercado: enquanto o número de passageiros aumentou significativamente, as empresas têm reduzido suas operações. Esse fenômeno, segundo ele, é alarmante e gera indagações sobre a rivalidade no setor.
Adicionalmente, Camilo Coelho defendeu as operações conjuntas da Azul com a Latam e a Gol durante a pandemia, argumentando que elas não impactaram a concorrência, visto que as rotas compartilhadas não eram previamente operadas por ambas as empresas. Contudo, Juliana Oliveira Domingues, presidente do Instituto Brasileiro de Concorrência e Inovação, trouxe à tona dados que contradizem essa afirmação, revelando que a colaboração entre as aéreas levou a uma redução de rotas e a um aumento significativo nos preços das passagens.
A insatisfação dos consumidores com o setor aéreo brasileiro também foi um tema central. Daniel Almeida destacou que as queixas são muitas e que é necessário entender as causas para promover melhorias no setor. Vitor Hugo do Amaral Ferreira, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, apresentou números alarmantes: de 2023 até agosto de 2025, foram registradas mais de 240 mil reclamações contra as empresas aéreas. A situação exige atenção redobrada das autoridades para garantir um ambiente de maior competitividade e satisfação para os consumidores.